Ninja Gaiden 2 Black marca o recomeço da franquia

Remasterização pode servir de aperitivo para os que estão na expectativa de “Ninja Gaiden: Ragebound” e “Ninja Gaiden 4”

Ninja Gaiden 2 Black marca o recomeço da franquia

Foto: Divulgação/Koei Tecmo

Os jogos da saga “Ninja Gaiden” sempre foram marcados como sinônimos de dificuldades pelos fãs, tanto na sua trilogia clássica lançada originalmente para o NES quanto na fase moderna, onde os títulos adotaram uma roupagem de Hack and Slash. Mas, desde de “Yaiba: Ninja Gaiden Z” (2012), a franquia foi colocada na geladeira e tudo que ela havia recebido até então, foi uma coletânea remasterizada em 2021.

Depois de um longo hiato, os fãs foram contemplados com anúncios de novos jogos, que indicam um futuro promissor para a franquia. O primeiro deles aconteceu durante a The Game Awards (TGA) de 2024, que foi o “Ninja Gaiden: Ragebound”, que possui um estilo que remete aos clássicos dos 8 bits e está previsto para 31 de julho. Além disso, no início deste ano também foi revelado que “Ninja Gaiden 4” está em desenvolvimento e chega também em 2025, em 20 de outubro.

Em meio a todas essas novidades, a publicadora e desenvolvedora japonesa, Koei Tecmo, lançou “Ninja Gaiden 2 Black” de maneira inesperada. O título se trata de uma remasterização (com alguns aspectos de remake) do segundo episódio da era 3D, que pode ser encarado como um aperitivo para tudo que está por vir. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game em sua versão de PS5 e também no Xbox Series X/S.

Remaster ou Remake?

Definir essa nova versão de “Ninja Gaiden 2” não é uma tarefa tão simples, afinal de contas, ele retrabalha diversos aspectos visuais e introduz mecânicas de iluminação que apenas os novos hardwares conseguem reproduzir. Entretanto, o game ainda mantém a mesma estrutura de suas versões anteriores, o que o impede de ser um remake por completo. Desta maneira, é possível descrevê-lo como um remaster, só que alguns acréscimos de qualidade.

O enredo não sofreu nenhum tipo de alteração em relação a versão original. O jogador assume o controle do ninja Ryu Hayabusa, que deve viajar pelo mundo para derrotar o clã Aranha Negra e impedi-los de ressuscitar o Arquidemônio. Todavia, sequer foi adicionado legendas em português, o que faz disso um deslize da Koei Tecmo com os seus fãs brasileiros.  

A jogabilidade também continua intacta, seja nos pontos positivos, que são os controles precisos e satisfatórios na hora dos combates ou também nos aspectos negativos; que vai desde a câmera que se posiciona em ângulos questionáveis em diversos momentos ou as poucas sessões de plataforma que são um caos.

É importante destacar que antes da edição Black, “Ninja Gaiden 2” já contava com outras duas versões. A primeira delas é a de 2008, lançada originalmente para o Xbox 360. Já a segunda, foi lançada para o PS3 em 2009, conhecida como “Ninja Gaiden Sigma 2” e trouxe algumas mudanças significativas em relação à primeira, como a adição de novas fases, chefes, personagens jogáveis e remoção do sangue durante as lutas.

De maneira geral, “Ninja Gaiden 2 Black” usa como base a versão “Sigma”, mas também traz alguns elementos da edição original. As lutas contam com muito sangue, tal como era no Xbox 360 (mas também é possível desligar a violência no menu de opções). No entanto, os inimigos aparecem em menor quantidade, da mesma maneira que acontecia em “Sigma”.

As fases extras adicionadas em “Sigma”, onde era possível jogar com as personagens Momiji, Raquel e Ayane foram mantidas. Já o sistema de evolução das armas, é o mesmo da versão de Xbox 360, onde é possível comprá-los nas estátuas do Muramasa, em troca dos orbs adquiridos nas batalhas (no “Sigma”, cada estátua dava direito a um upgrade e os orbs serviam apenas para comprar itens para restaurar a saúde e as magias).

Os chefes e trechos de fases que foram removidos da edição “Sigma” continuam ausentes em “Ninja Gaiden 2 Black”. Entretanto, algumas batalhas que eram exclusivas de “Sigma”, como era o caso da estátua na primeira fase, também não marcam presença nesse remaster.

No que diz respeito a parte gráfica e jogabilidade, é possível dizer que está a versão definitiva de “Ninja Gaiden 2”. Entretanto, as diferenças entre uma edição e outra fazem com que essa descrição se torne complexa, pois em sua época, as diferenças presentes em “Sigma” desagradaram uma parte significativa dos fãs. Por conta disso, fazer desta versão a base para um remake/remaster pode não ter sido a melhor escolha.

Tudo isso são apenas detalhes que não fazem de “Ninja Gaiden 2 Black” um mal produto, muito pelo contrário, ele ainda consegue capturar o que tem de melhor na franquia e marca um verdadeiro recomeço para a saga, que depois de muito tempo, receberá novos capítulos. De maneira geral, essa versão é uma maneira satisfatória de se preparar para todas essas novidades. 

Problemas no Xbox Series S

Durante os testes em um PS5 base, “Ninja Gaiden 2 Black” conseguiu manter uma taxa de quadros por segundo (FPS) estável, ao mesmo tempo que proporciona visuais impecáveis, que comprovam toda a qualidade de vida deste remaster.

Porém, também foram feitos testes em um Xbox Series S (versão de entrada do console da Microsoft) e lá, apesar da experiência ter sido positiva na maior parte do tempo, os gráficos sofrem com quedas de qualidades na maior parte do tempo, ficando serrilhados e embaçados. Isso pode ser tornar um problema grave, uma vez que o principal atrativo de um remaster é apresentar um visual aprimorado, mas neste caso, os donos de Xbox Series S podem obter resultados melhores nas edições anteriores do game.

“Ninja Gaiden 2 Black” está disponível para PS5 por R$264,90; Xbox Series X/S por R$266/ e PC por R$249. O título também faz parte do catálogo do Xbox Game Pass.

*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá