Vengeful Guardian Moonrider é um deleite em 16 bits

Título mescla com maestria elementos de franquias consagradas, que resulta em um gameplay dinâmico e responsivo

Vengeful Guardian Moonrider é um deleite em 16 bits

Imagem: Divulgação/JoyMasher

Não é de hoje que o Brasil se prova competente no setor de desenvolvimento de jogos, só nos últimos anos houve títulos importantes na indústria como “Mullet Madjack” (2024) e “Pocket Bravery”. Além desses, também existe a desenvolvedora JoyMasher, que traz a nostalgia dos anos 80 e 90 em games como “Oniken”, “Odallus”, “Blazing Chrome” e, também em seu título mais recente, “Vengeful Guardian Moonrider”.

Neste novo capítulo, a JoyMasher oferece uma experiência que combina elementos de “Shinobi III: Return of the Ninja Master” e “Mega Man X4”; só que essa mistura é feita de maneira homogênea e não traz nenhum tipo de estranhamento durante o gameplay. Tudo isso é temperado com o estilo visual em 16 bits, que ajudam a deixar a jornada ainda mais nostálgica. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game em sua versão de PS5.

O lado Mega Man do game

O game se passa em um cenário futurista, dominado por líderes ditadores. Diante disso, o jogador assume o controle de Moonrider, uma máquina concebida pelas mesmas pessoas que espalham o autoritarismo no mundo, mas que se rebela contra seus criadores. Agora o ninja cibernético terá que enfrentar inúmeros supersoldados para poder trazer a paz e liberdade para todos.

Conforme mencionado anteriormente, “Vengeful Guardian Moonrider” bebe da fonte de “Mega Man” (da Capcom) em diversos sentidos. O ataque principal do ninja é uma sequência de espadadas, que é bastante similar aos golpes do Zero em “X4”. Outra referência fica por conta da progressão não linear do game, pois, após concluir a fase introdutória, o jogador poderá escolher entre seis estágios diferentes e concluí-los na ordem que preferir.

Cada um dos níveis possui chips especiais escondidos, que quando encontrados, concedem habilidades especiais ao Moonrider, como a possibilidade de realizar pulos duplos, recuperar a energia lentamente, identificar segredos ocultos no mapa com facilidade e etc. Tais acessórios se equiparam aos pedaços de armaduras que o jogador coleta em “Mega Man X”.

Entretanto, apesar de existirem diversos chips, só é possível usar dois desses acessórios ao mesmo tempo, o que impede o personagem de ficar tão poderoso quanto os robôs da série “Mega Man”. É válido destacar que as escolhas de dificuldades também estão atreladas a dois desses chips, pois existe um que dobra a resistência do personagem (que pode ser adquirido ao receber o primeiro “game over”) e outro que causa a morte instantânea de Moonrider caso ele seja atingido por qualquer ataque.

Ao concluir uma das seis fases selecionáveis, o jogador ganhará uma habilidade referente ao robô supersoldado derrotado, algo que também vem da famosa franquia da Capcom. É importante destacar que apesar dessas referências existirem, elas conseguem ser aplicadas de maneira original no game e devem ser encaradas apenas como homenagens.

No que diz respeito a “Shinobi III”, as referências são vistas na movimentação do personagem, estilo de corrida e até mesmo no estilo de execução do wall jump (mecânica usada para escalar paredes).

A combinação de todos esses elementos tornam a jornada agradável e dinâmica, pois os comandos são responsivos e também fáceis de serem dominados. Desta maneira, o jogador não terá dificuldades em concluir a aventura, o que poderá ou não ser um ponto negativo.

Mas já acabou?  

Se for necessário apontar um aspecto negativo em “Vengeful Guardian Moonrider”, esta seria a sua curta duração, já que o game pode ser finalizado em aproximadamente três horas. Aliado com o fato de que o título possui um gameplay bem estruturado, a sensação que fica é um desejo de “quero mais”.

É importante lembrar que o game tem como proposta entregar uma experiência semelhante às vistas na geração 16 bits, dos videogames Super Nintendo e Mega Drive. Nesta época, os jogos eram mais curtos e o que estendia suas vidas úteis era a alta dificuldade (que na maioria dos casos, beiravam o exagero).

Para a alegria do público casual, “Vengeful Guardian Moonrider” é um jogo bastante acessível e ainda oferece a possibilidade de equipar o chip que torna o protagonista mais resistente aos danos (o uso desse equipamento afetará o ranque final obtido em cada fase). Já os que buscam por um desafio elevado ou querem prolongar o tempo de vida do game, podem usar o chip que faz o ciborgue ser destruído com apenas um golpe.

A busca por todos os chips é outra tarefa que consegue estender a experiência e deixá-la ainda mais interessante. Mesmo com tudo isso, “Vengeful Guardian Moonrider” ainda é um título que termina rápido, principalmente se comparado a outros jogos da própria JoyMasher, como Odallus” e “Blazing Chrome”, que dispõe de um tempo de campanha maior (provavelmente devido suas dificuldades elevadas).

Contudo, isso não tira o brilho do game e nem faz dele uma escolha menos interessante. No que diz respeito a gameplay, este pode ser considerado o ápice da JoyMasher e cria boas expectativas para os futuros lançamentos da desenvolvedora. “Vengeful Guardian Moonrider” está disponível para PC e Nintendo Switch por R$52,49; e PS5 por R$84,50.

*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá