TikTok: a hora e a vez do micro-influenciador

Foto: Vaughn Ridley/Web Summit

Rio de Janeiro – O sucesso das redes sociais do Brasil tem base em formação de audiências e pontos como empatia, autenticidade e confiança são fundamentais para criar conexões, especialmente nas comunidades online. E uma das ferramentas que mais tem crescido por aqui, e ganhou bastante destaque na programação da edição 2025 da Web Summit Rio, é o TikTok, que já conta com quase 100 milhões de usuários ativos no país.

Num painel comandado pela jornalista Christiane Pelajo, a CEO da Publicis Groupe, Monica Gadsby e a Head Global de Marketing Integrado do TikTok, Carol Baracat, falaram sobre o crescimento da ferramenta e como cada vez mais empresas a tem incluído em suas estratégias de marketing e vendas.

Enquanto o mercado de publicidade brasileiro como um todo cresceu 12% nos últimos três anos, o de marketing de influência cresceu cerca de 50% no mesmo período. Esse crescimento, segundo a Mônica Gadsby, pode ser atribuído ao fato que o brasileiro é um “heavy user” das redes sociais, ficando, em média, quase quatro horas por dia conectado. A importância cada vez maior dos influenciadores digitais para o processo de reputação e venda de um produto ou serviço foi destaque na fala da Monica, que informou que “80% dos brasileiros dizem que já compraram um produto recomendado por um influenciador e 87% dos brasileiros dizem que é importante que o influenciador compartilhe suas opiniões e seus valores”.

Ela também destacou que as empresas estão entendendo que precisam adotar estratégias diferentes dependendo do objetivo.

“Se é awareness, então faz sentido fazer uma parceria com um mega influenciador, com uma celebridade. Mas para para abordar um tema mais segmentado ou delicado, como o gerenciamento das finanças pessoais, ou para garantir maior conversão, encontrar micro ou nano-influenciadores, com uma comunidade engajada, faz toda a diferença”.

São influenciadores que têm entre 10 mil e 80 mil seguidores, mas que tem grande confiança e afinidade dentro de suas comunidades. Ela destaca ainda que “o retorno de investimento que a gente consegue com esses nano-influenciadores é muito maior que o retorno que a gente consegue com os grandes influenciadores. Em geral, o micro-influenciador gera um retorno de conversão 40 % maior que o influenciador de tamanho médio, que tem uma comunidade de 200 mil e uns mil seguidores, por exemplo”.

Já a head do TikTok destacou que também a plataforma surfou a onda dos influenciadores e já cria campanhas específicas para o Brasil com influenciadores e micro-influenciadores do país. E deu algumas dicas para quem quer começar ou crescer dentro da rede social.

“É essencial ter Ritmo, Rima e Razão. E o vídeo normalmente já é um ótimo caminho para dar ritmo, o que ajuda bastante, já a rima seria o que você vai continuamente falar com a mensagem, mostrando coerência e conexão. Já a razão é o propósito no que você está fazendo”.

Ela destacou ainda que olhar as trends e vê se dá para navegar nelas pode ajudar bastante.

“Não precisa ser copiado exatamente, mas com inspiração que tem a ver com o seu conteúdo, com o seu negócio”. E o último, reforçou que “o TikTok não é sobre filtros, é muito mais uma plataforma de entretenimento para explorar a criatividade e a autenticidade com a criação de conteúdos e conexões”.

Cada vez mais presente no tempo de tela dos brasileiros, o TikTok tem ganhado os holofotes também por conta do possível banimento nos Estados Unidos. Ao ser questionada sobre isso, Mônica destacou que “isso é um tema dos Estados Unidos que não impacta a operação no Brasil” e emendou “o país é um polo de criatividade, auto engajamento e inovação. Como isso não impacta por aqui, o Brasil aproveitou para aumentar a sua participação no TikTok e foi responsável por um crescimento de 80% no volume de buscas, especialmente sobre viagens”. Sobre este tema, inclusive, ela destacou que “fazer roteiros de viagem no TikTok é cada vez mais comum. Você já vê ali a cara do restaurante que você quer ir, os montes turísticos, por isso que ele é visual, interativo e social”.

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