Meta testa uso de reconhecimento facial para evitar golpes com deepfakes
Empresa mira publicidades fraudulentas que utilizam imagens falsas de famosos para persuadir os usuários
outubro 22, 2024 - 1:00 pm

Meta iniciará teste global de reconhecimento facial em dezembro. Foto: Unsplash
A Meta – dona do Facebook, WhatsApp e Instagram – está testando um novo recurso de reconhecimento facial para aprimorar a segurança dos usuários em suas plataformas. A medida tem como alvo as publicidades golpistas que utilizam “deepfakes” de famosos para obter informações de contas pessoais ou persuadir o consumidor a compras. As deepfakes são imagens ultrarrealistas, geradas a partir de inteligência artificial (IA).
Além de detectar as publicidades fraudulentas, o reconhecimento facial deverá auxiliar também na recuperação de contas hackeadas. Em um comunicado dessa segunda-feira (21), a Meta disse que irá inscrever cerca de 50 mil figuras públicas em um teste que vai comparar as fotos de perfil dessas celebridades com as imagens usadas em anúncios suspeitos de fraude. Se as imagens forem correspondentes, a Meta reconhecerá fraude e bloqueará o anúncio.
Teste global em dezembro
O teste global do recurso deve acontecer a partir de dezembro, excluindo algumas grandes jurisdições onde não tem autorização regulatória, como Grã-Bretanha, União Europeia, Coreia do Sul e os estados americanos do Texas e Illinois. As celebridades inscritas no teste receberão uma notificação sobre o uso de imagem e poderão cancelar a inscrição, caso não queiram participar.
Para o teste, a empresa mira figuras públicas cujas imagens já circulam em deepfakes de anúncios fraudulentos. A informação é da vice-presidente de política de conteúdo da Meta, Monika Bickert.
Meta já usou reconhecimento facial
Em 2021, a Meta encerrou seu sistema de reconhecimento facial e excluiu os dados de escaneamento de um bilhão de usuários. Em agosto deste ano, a empresa foi condenada a pagar cerca de R$ 6 bilhões ao Texas para resolver um processo estadual que a acusava de coletar dados biométricos ilegalmente.
Ao mesmo tempo, a Meta enfrenta processos judiciais que a acusam fazer o suficiente para impedir golpes com imagens de celebridades. No novo teste, a empresa disse que excluirá imediatamente todos os dados faciais gerados por comparações com anúncios suspeitos, independentemente de ter detectado um golpe.