Sonic X Shadow Generations é mais do que um remaster

Título se destaca por trazer uma campanha inédita do personagem Shadow, que promete agradar todos os fãs do ouriço sombrio

Sonic X Shadow Generations é mais do que um remaster

Imagem: Divulgação/Sega

“Sonic Generations” foi lançado originalmente em 2011 para PS3, Xbox 360 e PC, como uma comemoração aos 20 anos do ouriço azul da Sega. O game se destacava por colocar o jogador para revisitar cenários já conhecidos da franquia, em uma aventura onde era possível controlar tanto o Sonic clássico, em uma perspectiva 2D; quanto a versão moderna do personagem, que podia passear livremente por ambientes 3D. Após 13 anos deste lançamento, o título retorna amanhã (22) para todas as atuais plataformas, com gráficos remasterizados e uma campanha inédita, que gira em torno do personagem Shadow.

A princípio, “Sonic X Shadow Generations” pode passar a impressão de que é apenas uma remasterização de um título consagrado, com uma aventura extra de bônus. Mas, ao iniciar a campanha de Shadow, fica claro de que este é o conteúdo principal do pacote, e que a remasterização de “Generations” é que deve ser classificada como um “brinde”, já que a campanha do ouriço sombrio oferece conteúdo suficiente para se sustentar sozinha. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o game na versão de PS5.

O bom e velho “Generations”

A primeira novidade já pode ser vista no momento em que o game é iniciado, já que diferente da versão de 2011, este conta com uma localização em português brasileiro, tanto nos menus quanto nos diálogos dos personagens; o que garantirá que todos os jogadores do Brasil possam compreender o enredo do jogo. Por outro lado, essa localização ocorre apenas nos textos, já que a dublagem está disponível apenas no idioma original.

Logo de cara o jogador poderá escolher se quer jogar a remasterização do título de 2011 ou a nova campanha do Shadow. Vale destacar que “Sonic Generations” segue sem grandes mudanças, quando comparado a sua versão original e as principais diferenças ficam por conta da melhoria gráfica ou da localização em português. Mas isso não deve ser encarado como um ponto negativo, uma vez que o game prova que resistiu ao teste do tempo e envelheceu como vinho.

No entanto, a remasterização também não deixa “Generations” livre de seu principal problema, que é a sua progressão. Após concluir uma sequência de fases, o jogador precisará cumprir algumas tarefas secundárias, como completar um determinado percurso em um limite de tempo, superar obstáculos com a ajuda dos amigos do ouriço ou vencer uma corrida contra uma inteligência artificial.

Tudo isso para que o ouriço (clássico e moderno) consiga ter acesso às Esmeraldas do Caos e também algumas chaves, que liberam o caminho para que os personagens continuem com a aventura. O maior problema destes trechos, é que eles quebram o ritmo frenético do gameplay e esticam o tempo de jogo de uma maneira desnecessária.

Apesar deste pequeno deslize, “Sonic Generations” ainda pode ser considerado como um dos melhores títulos do ouriço e ele sozinho teria capacidade de justificar este remaster, mas, para trazer ainda mais alegria para os fãs, não foi só isso que aconteceu.

Justiça para Shadow

O ouriço sombrio aparece pela primeira vez em “Sonic Adventure 2” (2001) e não demorou muito para cair no agrado dos fãs. Com o passar do tempo, o personagem também foi incluído em outros títulos da saga, como “Sonic Heroes” (2003) e “Sonic Battle” (2003). Porém, Shadow também participa de momentos baixos da franquia, como por exemplo no desastroso “Sonic the Hedgehog” (2006), considerado por muitos como o pior game do Sonic já feito, onde o anti-herói conta com uma campanha inteira dedicada a ele.

Outro ponto baixo do personagem foi no título “Shadow the Hedgehog” (2005), que na época recebeu diversas críticas negativas devido aos seus controles imprecisos. Diante disso, “Sonic X Shadow Generations” surge como uma espécie de justiça para ouriço sombrio e entrega um gameplay bem construído, junto a um enredo que chamará a atenção de todos os fãs.

Neste game, Shadow terá que percorrer um vácuo no tempo, tal como acontece em “Generations”, que irá obrigá-lo a revisitar momentos marcantes de sua vida, aos quais remetem as origens do personagem. A pedido da própria Sega, nenhum detalhe profundo da história será apontado neste texto, para que desta maneira, o jogador não corra o risco de receber algum tipo de spoiler que prejudique a sua experiência. 

A campanha de Shadow traz algumas diferenças significativas em relação à “Generations” e mostra que a Sega não utilizou apenas a base sólida do game de 2011, mas também incorporou aspectos de títulos recentes da franquia, como por exemplo, “Sonic Frontiers” (2022). Isso pode ser visto no hub que conecta a todas as fases, que antes podia ser visto apenas em um ângulo de visão 2D, mas agora é possível explorá-lo livremente em uma perspectiva 3D, da mesma maneira como acontece nas ilhas de “Frontiers”.

Assim como em “Generations”, cada um dos mundos é composto por duas fases, onde uma possui uma perspectiva em 3D e outra em 2D, mas com a diferença de que nesta expansão, o jogador controla apenas um único personagem. O destaque fica por conta do gameplay funcional, que consegue manter o Shadow estável mesmo nos momentos de alta velocidade.

Além disso, a quantidade de áreas a serem exploradas são relativamente altas para uma DLC, o que exigirá um tempo elevado para concluir tudo. Durante a jornada, o jogador irá desbloquear diferentes habilidades, que garantirão acesso para novos locais do mapa, tal como ocorre nos jogos de gênero metroidvania (nome dado para títulos que misturam elementos de “Metroid” e “Castlevania”).

As lutas contra chefes é outro aspecto positivo desta campanha e mais uma vez reforça as raízes de “Sonic Frontiers” (que provavelmente serão recorrentes em futuros títulos da saga), já que é possível ver Shadow realizando sequências de chutes e socos em seus adversários, da mesma maneira que ouriço fazia no título de 2022. A boa coreografia durante as lutas também é um espetáculo à parte e promete empolgar todos os fãs da franquia.

Entretanto, em determinados momentos da campanha, o jogador também terá que cumprir alguns desafios para coletar chaves, que permitirão o progresso da campanha. Semelhante ao “Generations”, estes momentos também resultam em uma queda do ritmo e servem apenas para esticar artificialmente o tempo de campanha.

Vale a pena?

“Sonic X Shadow Generations” é válido tanto pelo remaster do jogo de 2011, quanto pela campanha do Shadow. A expansão é o ponto mais alto deste pacote, seja pelo seu ineditismo ou por mostrar o quanto que a Sega tem aprendido com os últimos lançamentos da franquia. Embora o ouriço azul já tenha passado por diversos momentos de incertezas, não é mais uma esperança distante imaginar que o futuro da saga é promissor, resta aguardar. O título está disponível para PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S por R$249,50; Nintendo Switch por R$259,90; e PC por R$219,90.

*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá