Mortal Kombat 1: Reina o Kaos possui acertos e problemas

Apesar de trazer boas adições ao elenco de personagem, o novo capítulo do modo história pouco acrescenta à trama principal do game

Mortal Kombat 1: Reina o Kaos possui acertos e problemas

Foto: Divulgação/Warner Bros

Após um ano do lançamento de “Mortal Kombat 1”, a NetherRealm Studios trouxe uma nova expansão para o game, intitulada “Reina o Kaos”, que inclui adições para o elenco de personagens e um novo capítulo para história, que se passa logo após os eventos vistos no jogo base. Apesar de trazer conteúdos significativos para os jogadores, principalmente para aqueles que estão ativos no competitivo ou simplesmente gostam de aproveitar o modo online, este novo pacote também conta com alguns problemas que podem afastar os mais casuais. O LeiaJá teve a oportunidade de testar a expansão na versão de PS5.

O principal destaque de “Reina o Kaos” fica por conta da adição dos lutadores Cyrax, Sektor e Noob Saibot, que já são velhos conhecidos dos fãs da franquia. Mas, por se tratar de uma linha do tempo diferente, algumas modificações foram feitas nos personagens Cyrax e Sektor, entre elas, o fato de serem mulheres e de serem humanas com armaduras (já que antes eram homens e ciborgues). Já Noob Saibot, segue sem nenhum tipo de alteração em suas origens.

Assim como já é de costume nos jogos da franquia “Mortal Kombat”, todos os personagens vieram com alterações em seu set de movimentos e com Cyrax, Sektor e Noob Saibot não foi diferente. No entanto, uma vez que se domina a movimentação destes lutadores, eles se tornam bastante práticos de serem utilizados nos combates e devem figurar entre os favoritos de muitos competidores nos próximos torneios.

Em um futuro próximo a expansão adicionará os personagens Ghostface, da saga de filmes “Pânico”; T-1000, de “O Exterminador do Futuro 2” (1991); e também Conan, o Bárbaro. Ainda não existe uma data definida de quando estes lutadores estarão disponíveis, mas eles já podem ser visualizados no menu de seleção e estão garantidos para todos que adquiriram a DLC.

Vale destacar que não é de hoje que “Mortal Kombat” recebe convidados de outras franquias em seus jogos, na temporada do ano passado por exemplo, Capitão Pátria de “The Boys” e Omni-Man de “Invincible” se juntaram à pancadaria.

Porém, os problemas dos novos personagens não estão ligados às suas qualidades, mas na maneira como eles são distribuídos, já que não é possível adquiri-los de maneira individual, além de ser necessário comprá-los junto do modo história. Desta maneira, o investimento  se torna expressivo, principalmente para os que não se interessam pela narrativa do game e querem apenas aproveitar o online e o competitivo.

O novo capítulo da história

O ponto mais baixo de “Reina o Kaos” gira em torno de seu modo história, algo que já se mostrava evidente desde os primeiros trailers de anúncio e se comprovou no lançamento. A começar pela escolha de colocar Havik como o principal vilão deste capítulo, um posto relativamente alto para um personagem que pouco se destacou na franquia e que surgiu durante o esquecível “Mortal Kombat: Deception” (2004) do PS2.

Havik fazia parte do elenco de “Mortal Kombat 1” desde o lançamento no ano passado, mas nesta expansão, surge como um titã do tempo, que deseja destruir todas as linhas temporais e criar uma anarquia, onde o caos prevalece. Com zero carisma e pouco impacto narrativo, Havik facilmente se torna um personagem esquecível.

O principal acerto da expansão fica por conta de Cyrax e Sektor, e Noob Saibot, pois apresenta bons diálogos e motivações para esses personagens, e deixa o jogador na expectativa para saber o que irá acontecer com eles ao longo da campanha. Contudo, muito disso se perde no meio de arcos desnecessários, que quebram o ritmo da história e pouco acrescentam na trama.

Outro ponto que contribui para a falta de seriedade da trama, é que ao longo da campanha o jogador terá que enfrentar versões alternativas de personagens clássicos, estilizados por um estilo punk dos anos 70, que contribuem na descaracterização destes lutadores e fazem com que a essência de “Mortal Kombat” seja perdida.

Diferente do que é mostrado no jogo base, que também sofreu críticas pela falta de seriedade em alguns momentos cruciais, em “Reina o Kaos” tudo é apresentado sem nenhum tipo de direcionamento, como se fosse um grande fã servisse feito apenas para referenciar a cultura pop, mas sem grandes propósitos.

No final do dia, “Mortal Kombat 1: Reina o Kaos” pode até ser interessante para aqueles que querem adquirir os novos personagens e se divertirem em competições, mas é dispensável para aqueles que se interessam pela narrativa da franquia, que por muito tempo, foi considerada como uma das melhores dos jogos de luta. A curta durabilidade desta campanha, aliado ao preço de R$ 249,90, que obriga o jogador a comprar o pacote completo, sem a opção de obter os lutadores ou apenas o capítulo extra separadamente; faz com que o custo-benefício fique bastante prejudicado.

*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá