Projetos educacionais atraíram público na Campus Party Nordeste, no Grande Recife

Turma da Escola Estadual Ruben Dário, de Salvador, Bahia. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

A Campus Party Nordeste, ocorrida no último final de semana, na Arena Pernambuco, no Grande Recife, atraiu um grande público interessado em conhecer novos estudos sobre diversas áreas. Um deles é o de uma escola pública do estado da Bahia, da qual os estudantes elaboraram uma biomanta com fibra de casca de coco. Outro projeto foi de uma escola de robótica, no município de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, onde crianças a partir de 5 anos de idade elaboram ferramentas.

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Estudantes baianos desenvolvem biomanta de coco

Um dos projetos educacionais que o LeiaJá conheceu na Campus Party foi o dos estudantes do Colegio Estadual Ruben Dario, em Salvador. O grupo pesquisou e desenvolveu biomantas de fibra de casca de coco, como uma forma de substituir as mantas de plástico, comumente utilizadas para revestir barreiras e morros, áreas de risco de deslizamento durante períodos de chuvas.

É o que explica um dos orientadores do projeto, o pedagogo Matheus de Souza Alves. “Nós desenvolvemos a biomanta como estratégia de sustentabilidade, para a utilização em encostas, locais de risco, locais que têm deslizamentos”, explicou. Matheus explica ainda que a ideia de utilizar a fibra do coco se deu por ser um recurso de fácil acesso e que é comumente descartado após o uso da fruta.

O processo de fabricação da biomanta também se dá pelo uso de recursos naturais. “A gente utiliza aqui uma cola natural, de goma de tapioca, para colar essa fibra, e chegar nesse material. Assim, não é rígido, é maleável. E dá para a gente aplicar nos terrenos de forma sustentável, substituindo, atualmente, as biomantas de concreto, que prejudicam o solo e impedem a crescimento da vegetação”, conta o pedagogo.

Projetos educacionais com robótica para crianças

Dentre outras formas de desenvolver o conhecimento e a atenção dos jovens nas novas tecnologias, uma escola em Jaboatão dos Guararapes ensina e orienta os pequenos nos princípios da robótica. Crianças dõe 5 a 14 anos aprendem os conceitos básicos de como utilizar o Arduino, uma espécie de “cérebro de robô”.

Um dos alunos é Alberto, de 8 anos de idade, que explicou, com bastante desenvoltura, como funciona a estrutura de uma esteira transportadora. De acordo com Aberto, o intuito da esteira é “transportar objetos pequenos”.

Outro projeto desenvolvido pelas turmas é o de um óculos especial para pessoas cegas. apresentado pela aluna Natália, de 10 anos. “Esse óculos é muito importante para a sociedade porque algumas pessoas cegas sofrem muito acidente, e com esse óculos eles evitam bater em algumas coisas, e não se machucar”, explicou.

O equipamento consiste, portanto, em um par de óculos composto por sensores nas lentes, bateria acoplada e sinalizadores nas hastes. Assim, o usuário tem uma forma de sentir a aproximação com algum objeto, e desviar. “Esse daqui, eu fiz com a minha turma, e demorou duas horas. Mas, com as minhas pesquisas, um oficial, que não foi feito por mim, demora dois dias”, disse a aluna.

Por fim, o diretor da instituição, Fábio Miranda, conta que o aprendizado da robótica traz diversos benefícios para as novas gerações. “A gente tenta tirar o máximo possível a criança do tablet, do celular. Ele vai estar trabalhando sim em áreas de tecnologia, mas sem estar 100% na tela”, ponderou.