Comida e impressora 3D se juntam em competição gastronômica na Campus Party Nordeste, no Grande Recife

A Campus Party Nordeste recebe uma competição gastronômica com alimentos impressos em 3D, unindo ciência e boa comida

Comida e impressora 3D se juntam em competição gastronômica na Campus Party Nordeste, no Grande Recife

Angela Oliveira, idealizadora da impressão 3D de alimentos. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

A Campus Party Nordeste, na Arena Pernambuco, no Grande Recife, recebe uma competição gastronômica inusitada. Utilizando alimentos impressos em impressora de três dimenções (3D), a Printer Chef atraiu um público variado.

Competição gastronômica e tecnologia

O segundo dia do evento, na quinta-feira (5), as etapas classificatórias aconteceram em um ambiente de descontração. Os participantes tinha uma hora para preparar um prato de receita própria, usando um ingrediente especial, feito em impressora 3D. A reportagem acompanhou o última prova do dia, em que os competidores tinham que apresentar à mesa do jurado uma preparação tendo como centralidade uma batata “smile”.

Para uma das competidoras, Djeysi Alves, de 27 anos, que veio da cidade de Jacobina, na Bahia, a novidade foi o uso do alimento. “Eu sempre participei de competições de tecnologia, e eu achei bem diferente participar de uma de gastronomia. Principalmente quando você descobre na hora o material que vai ter e tem um elemento surpresa que é alguma coisa impressa em impressora 3D”, afirmou.

Djeysi é engenheira da computação, e sua curiosidade vai além dos conhecimentos técnicos. Como ela geralmente ajuda os negócios da família, uma confeitaria, seus conhecimentos a ajudaram na competição gastronômica. “Então, eu tinha muita curiosidade sobre o sabor e também sobre essa viabilidade de usar elementos tecnológicos nessa parte de descobrir a matriz alimentícia”, contou.

“Então, era o que eu sabia um pouco com o que tinha disponível de material, e tendo que incorporar o elemento surpresa”, disse. Ao final da prova, outro competidor passou na frente na classificação, mas ela se sentiu realizada de ter participado da experiência.

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Impressora 3D para alimentos

Conduzido pela jornalista e pesquisadora Angela Oliveira, a ideia da atração é unir a ciência e alimentação, levando a proposta da impressão 3D para o futuro. Ela explica, portanto, que a produção dos alimentos com a impressora 3D acontece por meio do processo de mimetização, podendo utilizar verduras, por exemplo. “A gente faz a mimetização de alimentos feito com verduras, legumes, batatas. Hambúrguer de cará, por exemplo. A gente é capaz de produzir, por exemplo, uma barra de chocolate com as propriedades de um brócolis”, explicou.

A pesquisadora conta que o processo de preparação acontece utilizando a célula-tronco do alimento. “Imagina, você faz uma biópsia, leva para o laboratório, expande e imprime um bife de picanha, por exemplo. Aquela célula cresce, e aí você imprime um bife, no marmoreio que você quiser. Sem hormônios, sem antibiótico, sem nada”, contou.

“A gente mostra as pessoas que existem outras formas de se alimentar. A ideia é abrir a mente das pessoas para que elas entendam que a gente pode se alimentar sim de uma maneira saudável sem necessariamente matar os animais e a gente consegue várias formas de expandir a esse alimento”, destacou.

Chefs experimentam a novidade

Na mesa dos jurados participaram chefs de cozinha de restaurantes locais, como Lúcia Soares, por exemplo. Ela comanda a cozinha do Rancho Soares, no município de Ipojuca, no litoral Sul, e do Alho e Óleo Express, no bairro de San Martin, no Recife.

Lúcia conta que estava ansiosa para participar e conhecer a novidade. “Fiquei muito ansiosa para conhecer, porque realmente é uma tecnologia nova, de nova dimensão. E tá sendo muito bom e um aprendizado, né? Isso aí é o futuro”, comentou.

Por fim, a chef contou que a experiência gastronômica não sofreu alterações. “Não tinha nada que tivesse de diferente. É como se você realmente tivesse o alimento idêntico ao natural”, exemplificou.