MARS 2120 é um metroidvania brasileiro competente
Game apresenta um sistema de progressão que gira em torno do armamento da personagem principal, tal como acontece na franquia ‘Metroid’ da Nintendo
setembro 2, 2024 - 11:44 am
Imagem: Divulgação/QUByte Interactive
Desde que a Konami apresentou ao público o game “Castlevania: Symphony of the Night” em 1997, que se caracterizava por combinar aspectos da própria franquia “Castlevania” com elementos da saga “Metroid” e “The Legend of Zelda”; que foi estabelecido para o público o gênero metroidvania, ao qual dispõe de inúmeros títulos e até hoje possui uma alta aceitação por parte dos jogadores. Esta é a base de “MARS 2120”, novo game lançado pela desenvolvedora brasileira QUByte Interactive.
O jogador assume o controle da sargento Anna “Treze” Charlotte, que é enviada para Marte em uma missão de resgate, no entanto, sua nave sofre avarias ao se aproximar do planeta e ela se vê obrigada a realizar uma aterrissagem de emergencia. Ao chegar no local, a guerrilheira se depara com um ambiente hostil, repleto de criaturas selvagens e as suas habilidades serão as únicas coisas que vão garantir sua sobrevivência. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o título na versão de PS5.
Fãs de Metroid se sentirão em casa
“MARS 2120” é um game que deixa bastante claro as suas referências a saga “Metroid” da Nintendo, isso porque boa parte da progressão do personagem está ligada aos upgrades de sua arma e também pelo fato de que cada porta presente no mapa, deve ser aberta por um tipo específico de tiro, tal como acontece nas aventuras de Samus Aran.
A princípio, o jogador terá acesso apenas a um rifle que dispara rajadas elétricas. Embora a munição seja ilimitada, a arma pode superaquecer após realizar disparos consecutivos e precisará de alguns segundos para se restabelecer. Conforme a aventura progride, outros tipos de tiros ficarão disponíveis, como por exemplo a escopeta de gelo, ideal para combates a curta distância; além de um lança-chamas. Com isso, novos locais poderão ser explorados.
Vale destacar que a maioria dos inimigos possuem fraquezas ou resistência a um determinado tipo de elemento e cabe ao jogador descobrir o melhor momento de utilizar cada uma das armas. Além disso, o jogador também pode optar por ataques físicos de curta distância, que são bastante efetivos em diversas situações.
Contudo, o armamento de “MARS 2120” não funciona apenas como ferramentas de ataque, já que cada uma delas também estão atreladas a diversas habilidades, que estão distribuídas por todo o mapa e permitem que Anna alcance locais que antes estavam bloqueados ou que estavam em uma altura considerável.
Problemas que prejudicam a experiência
Apesar de “MARS 2120” trazer conceitos que o engrandecem como metroidvania ou até mesmo como jogo brasileiro, existem alguns pontos que mereciam mais atenção, ainda mais por ele ser um título de 2024. O primeiro deles é referente a história, onde boa parte dela está presente apenas nas páginas do jogo em suas respectivas lojas, seja Steam, PSN ou Nintendo eShop; algo que remete aos games dos anos 1980 e 1990, que restringiam as suas narrativas aos manuais que acompanhavam os cartuchos.
Ao longo da exploração, o jogador irá se deparar com alguns arquivos de áudios das supostas vítimas do incidente, mas eles são bastante rasos e deixam mais dúvidas do que explicações. A ausência de um enredo profundo e a falta de diálogos fazem com que a jornada da sargento Anna se torne bastante solitária. Além disso, apesar de contar com gráficos satisfatórios, os cenários são pouco memoráveis e dificilmente se tornaram marcantes para os seus exploradores.
Outro deslize de “MARS 2120” são as batalhas de chefes. Cada um deles sofre com um arsenal de movimentos limitado, que não demora para que o jogador entenda os seus padrões. Além disso, suas barras de vida são imensas, o que estende de maneira desnecessária o tempo da luta e torna estes confrontos bastante maçantes e repetitivos.
É bom ressaltar que “MARS 2120” também sofre com problemas de otimização, como por exemplo, crashes (nome dado para travamentos de softwares) que resultam em perdas de progressos. No entanto, isso são situações que podem ser resolvidas com pacotes de atualizações lançados pelos próprios desenvolvedores.
Vale a pena?
“MARS 2120” é um metroidvania competente que consegue entreter com uma exploração sólida. Embora o título apresente alguns problemas evidentes, ele possui um grande potencial para se tornar uma referência no gênero metroidvania em possíveis sequências, basta que a QUByte Interactive filtre os pontos mais baixos e amplifique o sistema de armas baseadas em tiros elementais. O título está disponível para PS4 e PS5 por R$59,50; Xbox One e Xbox Series X/S por R$49,95; Nintendo Swtich e PC por R$59,99.
*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá