Shadow Of The Erdtree mostra como DLCs devem ser feitas
Expansão traz um mapa vasto, com muitas áreas para serem exploradas e com batalhas bastante desafiadoras
julho 1, 2024 - 4:24 pm

Foto: Divulgação/Bandai
Após dois anos do lançamento de “Elden Ring”, e de seu sucesso estrondoso por parte da crítica especializada e também pelos jogadores; o game desenvolvido pela FromSoftware e distribuído pela Bandai Namco finalmente recebeu uma expansão, intitulada de “Shadow Of The Erdtree”. Desta vez, o jogador será colocado em um novo mapa repleto de desafios, que consegue dar uma sobrevida para o título e mostra para a indústria como as DLCs e conteúdos adicionais devem ser feitos.
Vale destacar que “Shadow Of The Erdtree” não se trata de um stand alone, já que ele necessita do jogo base para funcionar. Além disso, para acessar a DLC, é necessário primeiro derrotar os chefes Radahn e Mohg, que estão disponíveis na campanha principal. Ao cumprir esses requisitos, o jogador poderá acessar a Terra das Sombras e desbravar todos os seus mistérios.
O LeiaJá teve a oportunidade de testar “Shadow Of The Erdtree” na versão de PS5 e este texto se focará apenas nos aspectos que envolvem a DLC. A resenha do game base pode ser conferida aqui.
Aqueles que buscam uma narrativa envolvente, precisam ter em mente que os títulos da FromSoftware possuem um enredo que só se mostra presente para aqueles que se dedicam a ir atrás, seja por meio da leitura de cartas, descrições de itens ou conversas com personagens secundários. A princípio, tudo que é dito sobre “Shadow Of The Erdtree”, é que ele aborda a história de Miquella, que é apenas citado no jogo base e é o irmão da personagem Malenia (considerada por muitos como uma das chefes mais difíceis de “Elden Ring”).
Mapa grandioso
O mundo aberto de “Elden Ring” foi um dos pontos que mais rendeu elogios para o título na época de seu lançamento, pois além de ser vasto, trazia um formato de exploração orgânica, que induzia o jogador a ir até os locais, sem que fosse preciso ter um marcador de quest ou ícone gigante no mapa. Muitas das áreas simplesmente estão lá e cabe ao jogador decidir se vai até o local ou não.
Todos esses aspectos de exploração foram mantidos em “Shadow Of The Erdtree”. Embora o mapa seja relativamente menor, sendo equivalente à área de Limgrave do jogo base, ele conta com uma diversidade de regiões, mapas, castelos e catacumbas, que podem garantir no mínimo umas 30 horas de gameplay.
Além disso, uma das maiores críticas de “Elden Ring”, era a repetição exagerada de masmorras, que reciclava inúmeros elementos e tornava a exploração desses locais desinteressantes com o passar do tempo. Em “Shadow Of The Erdtree” temos uma variedade maior de cenários e chefes secundários, o que deixa tudo mais interessante aos olhos do jogador.
Acessar todas as regiões da DLC não será uma tarefa simples, já que o ponto de acesso de muitas delas estão minuciosamente escondidos. Mas, os menos atenciosos e pacientes sempre podem optar por pesquisar por guias no YouTube, que mostram de maneira detalhada como desbravar cada localidade do mapa.
Dificuldade exagerada?
O lançamento de “Elden Ring” em 2022 conseguiu furar a bolha e fez com que muitos tivessem acesso ao gênero “soulslike” pela primeira vez. Por conta disso, a chegada de “Shadow Of The Erdtree” fez com que uma parcela da comunidade se assustasse com o salto de dificuldade em relação ao game base. No entanto, aqueles que jogaram “Dark Souls” ou “Bloodborne” e suas devidas expansões, já estavam cientes que o nível do desafio seria elevado.
Os jogos “soulslike” ganharam fama devido o alto nível de dificuldade, principalmente em uma época em que os games estavam supostamente mais fáceis. Em 2009, a FromSoftware lançava “Demon Souls” para o PS3, que resgatava a ideia de um level design com alto nível de desafio, mas que recompensa o jogador pelos seus acertos. Depois disso, ela evoluiu este conceito com outros títulos, que também serviram de inspiração para outras empresas e ajudaram a consagrar o “soulslike” como um gênero de videogame.
Neste sentido, “Shadow Of The Erdtree” pode ser descrito como o resultado natural da evolução da FromSoftware, onde ela coloca tudo que aprendeu desde 2009 até os dias atuais. Ao se tratar de “Elden Ring”, que é um título de dois anos, é natural imaginar que muitos jogadores já estavam com níveis altos e com os melhores equipamentos oferecidos pelo jogo, por conta disso, foi preciso pensar em algo que também fosse desafiador para este público.
Mas engana-se quem pensa que o jogo estará desbalanceado. Dentro da Terra das Sombras, existem dois itens que ajudam a equilibrar o nível do desafio. O primeiro deles são pequenos fragmentos de “Benção da Umbrárvore”, que irá adequar o nível do jogador, seja para mais ou menos forte, com os dos inimigos da DLC. Outro deles é a “Benção da Cinza Espiritual Reverenciada”, que faz a mesma coisa que o primeiro, só que nas invocações (espíritos que o jogador pode utilizar em batalhas durante a jornada.
Desta maneira, o título ficará equilibrado tanto para aqueles que estão com um level muito alto, ou para os que não estão muito fortes. Encontrar estes fragmentos é essencial em “Shadow Of The Erdtree” e vai ter impacto direto no desempenho das batalhas contra chefes. É bom lembrar que os balanceamentos proporcionados por esses itens só terão efeitos dentro da DLC e serão completamente ignorados no mapa do jogo base.
Vale a pena?
“Shadow Of The Erdtree” traz mais uma razão para os jogadores retornarem a “Elden Ring”. A DLC torna o game ainda mais completo do que ele já era e oferece muita exploração, cenários impactantes e combates desafiadores. Este é o ápice dos jogos da FromSoftware e ajuda a aumentar as expectativas para os futuros títulos da desenvolvedora.
“Shadow Of The Erdtree” pode ser obtido para PS4 e PS5 por R$214,90; para Xbox One e Xbox Series X/S por R$199,95; e para PC por R$154,90. Lembrando que para jogar a expansão, é necessário possuir a versão base do “Elden Ring”.
*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá