Episódio clássico de Paper Mario chega ao Nintendo Switch
Remake acerta em trazer o mesmo gameplay que consagrou o título original em 2004; mas erra ao não o localizar no idioma português brasileiro
junho 3, 2024 - 11:15 am

Arte: Divulgação/Nintendo
Após uma parceria de sucesso entre a Nintendo e Square Enix nos anos 1990, que resultou no lendário “Super Mario RPG” (1996); a companhia japonesa tinha em mãos mais uma maneira de criar novas aventuras para o seu principal mascote. Em 2000, “Paper Mario” era lançado para o console Nintendo 64, que além de apresentar uma temática onde todos os personagens eram feitos de papel, também colocava o bigodudo em batalhas por turno, tal como acontecia nos jogos da série “Final Fantasy” ou “Dragon Quest”.
“Paper Mario” teve uma receptividade satisfatória por parte do público, o que garantiu uma sequência, que chegaria em 2004, intitulada de “The Thousand-Year Door”, desta vez lançada para o GameCube. 20 anos após este lançamento, o segundo episódio da saga de RPGs do bigodudo recebe um remake para o Nintendo Switch, que pode agradar tanto os novatos, quanto aqueles que jogaram na época.
A principal proposta de “The Thousand-Year Door” é facilitar o acesso ao jogo, uma vez que ele estava restrito ao GameCube, que foi um console de poucas vendas em sua época e que passou despercebido por muitos jogadores, principalmente no Brasil. Desta maneira, é provável que esta aventura seja inédita para inúmeros jogadores.
No entanto, o público Brasileiro é mais uma vez prejudicado, já que “Paper Mario: The Thousand-Year Door” não conta com uma localização em português, o que pode prejudicar o entendimento da narrativa daqueles que não dominam o idioma inglês. Este tem sido um problema recorrente da Nintendo, que traduz apenas os games com narrativas mais simples, como “Super Mario Bros. Wonder” e “Mario vs. Donkey Kong”; mas não faz o mesmo investimento nos títulos em que a história é um ponto chave. Desta maneira, muitos consumidores sequer chegarão perto do jogo.
História e Gameplay
Em “The Thousand-Year Door” o jogador assume o controle de Mario, que parte para a cidade de Rogueport, após receber uma carta da Princesa Peach, que solicita a sua ajuda na busca de um tesouro. Ao chegar no local, o bigodudo descobre que a princesa está desaparecida e, com o mapa do tesouro em mãos, segue em uma jornada em busca dos sete Crystal Stars, itens chaves necessários para abrir uma lendária porta e revelar o misterioso tesouro. Além disso, o personagem também deve resgatar a princesa, como já é de costume nos jogos do Mario.
Por se tratar de um RPG, “Paper Mario: The Thousand-Year Door” contará com inúmeros diálogos e terá um ritmo mais lento do que os vistos nos jogos tradicionais da franquia do bigodudo. Outro diferencial são os combates, que lembram em parte os da saga “Final Fantasy”, mas que também incorporam a identidade do Mario.
Ao encontrar um inimigo, é possível pular em cima dele ou acertá-lo com uma marreta (ao qual o Mario já começa equipado); caso o jogador acerte a ação; ele será transportado para um cenário de batalha e iniciará o combate com uma vantagem de dano em cima do inimigo. As lutas funcionam no formato de turno, onde cada um dos personagens devem escolher uma ação, que vão desde atacar, se defender ou utilizar itens de cura.
Durante a animação de ataque, o jogador poderá infligir ainda mais dano no adversário, caso ele realize uma determinada ação de maneira correta. Por exemplo, ao escolher o pulo, ele pode apertar o botão “A” do controle no momento em que for indicado na tela, desta maneira, o personagem realizará um pulo extra e consequentemente, o inimigo sofrerá um ataque a mais.
Porém, alguns inimigos utilizam proteções na cabeça e, para estes casos, é recomendado o uso do martelo. Enquanto Mario concentra as suas forças para realizar um ataque, o jogador deve segurar o direcional analógico do controle para a esquerda e soltá-la quando o indicador estiver no máximo, para que o impacto cause o maior dano possível.
Vale destacar que além de Mario, o jogador também contará com a ajuda de outros personagens nos combates, que podem atacar de maneiras diferentes e criativas. Inicialmente, o bigodudo se unirá a Goombella, uma simpática criatura que logo no começo da jornada, se mostra bastante amigável. Conforme a história progride, outros integrantes também se unirão ao time.
Além dos combates, a exploração também se mostra bastante criativa. O título é composto por inúmeros cenários, onde tudo é feito de papel e essa temática se estende até mesmo no gameplay. Um exemplo disto ocorre logo no começo da aventura, quando o personagem precisa literalmente se dobrar em um aviãozinho de papel, para poder sobrevoar e chegar a um local que seria impossível de ser alcançado a pé.
Envelheceu como vinho
Apesar de ser um título de 20 anos, “Paper Mario: The Thousand-Year Door” ainda conta com uma jogabilidade sólida para os padrões atuais e este remake também apresenta algumas melhorias, que dão ainda mais polimento para o título. Uma das principais adições, é uma sala de viagem rápida, que permite ao jogador acessar os locais já visitados de maneira bastante prática, sem que seja necessário repetir os trajetos inúmeras vezes.
Este é um game essencial para os que gostam das aventuras de RPG do bigodudo e marca o ápice da franquia “Paper Mario”. O título possui um gameplay que consegue ser superior ao do pouco inspirado “Paper Mario: The Origami King”, lançado em 2020; que trazia mecânicas que se tornavam enjoativas conforme o jogador progredia no game.
Entretanto, a falta de uma localização em português pode afastar potenciais jogadores desta aventura, uma vez que a história é um ponto central de “The Thousand-Year Door”. O game está disponível exclusivamente para o Nintendo Switch por R$299 na eShop brasileira.
Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá