Rise of The Ronin é competente no que se propõe a fazer

Título acerta ao trazer um combate aprimorado, mas peca ao apresentar um protagonista sem carisma e um mundo aberto simplista

Rise of The Ronin é competente no que se propõe a fazer

Foto: Divulgação/Sony

Sem nenhuma promessa de lançamentos de peso para 2024, “Rise of The Ronin” chega como um dos poucos títulos exclusivos do PS5 para este ano. Desenvolvido pela Team Ninja, que é uma das divisões da Koei Tecmo, responsáveis por franquias como “Ninja Gaiden”, “Nioh” e “Wo Long”, o novo game se trata de um compilado de elementos de jogabilidade vistos em títulos anteriores da empresa, mas com algumas camadas de novidades, que podem agradar os fãs de longa data dos games já citados. 

“Rise of The Ronin”, ou “A Ascensão do Ronin”, se passa durante o Japão de 1863, época marcada por ser a transição entre o período medieval para o moderno, e também por ser os últimos anos da ditadura Tokugawa (1603 – 1868). Vale destacar que por mais que o game referencia momentos históricos reais, ele também mescla com situações ficcionais. 

Diante de todo o caos político, um jovem samurai trilha uma jornada em busca de sua irmã, que foi dada como morta durante a execução de uma missão. Juntos, os dois eram conhecidos como as lâminas gêmeas, que integravam o clã assassino da Espada Secreta. 

Este protagonista não possui nome ou rosto definido, pois essas características serão escolhidas pelo jogador, por meio de um sistema de criação de personagens que vem desde “Nioh 2” (2020) e que ainda se mostra bastante competente, pois permite escolher entre diversos tamanhos de corpos, tipos de cabelos, formato de bocas, olhos, narizes, vozes, tatuagem, cicatrizes e outros atributos. 

Por outro lado, esta decisão de transformar o protagonista em um simples avatar criado pelo jogador, também impacta negativamente no carisma do personagem, que não possui uma personalidade definida e não participa de maneira ativa nos diálogos do game. O mesmo pode ser dito de todo o enredo do game, que embora se apoie em uma base bem construída, possui um desenvolvimento bastante superficial, que tende a ser ignorado durante a maior parte do tempo. 

O auge da jogabilidade da Team Ninja

O maior destaque de “Rise of The Ronin” está no seu gameplay, que reúne tudo o que tem de melhor nos jogos da Team Ninja e traz algumas adições. Assim como em “Nioh” ou “Wo Long”, o combate segue um estilo cadenciado, onde o jogador precisa estar atento a todos os movimentos do inimigo e encontrar a melhor brecha para realizar os ataques. 

A novidade fica por conta do movimento de parry, que acontece quando o jogador aperta o botão de defesa no momento exato do ataque do inimigo. Se bem sucedido, o adversário ficará vulnerável e receberá um poderoso contra-ataque. Este sistema é bastante similar ao que foi visto em “Sekiro” 2019, da FromSoftware; e dominá-lo será a base para o sucesso dentro do game. 

No entanto, diferentes dos títulos anteriores da Team Ninja, que tinham uma forte aderência ao soulslike (um estilo de jogo popularizado pela franquia “Dark Souls”, também da FromSoftware, e que é muito conhecido por possuir um desafio bastante elevado), em “Rise of The Ronin” é possível optar pelos níveis de dificuldade fácil, normal e difícil, o que torna o título mais acessível para uma diversidade maior de jogadores.  

O mundo aberto

Outra característica que distancia “Rise of The Ronin” de “Nioh” e “Wo Long”, é que desta vez a Team Ninja se despediu do formato de fases e introduziu um mundo aberto para o game, repleto de tarefas secundárias para serem realizadas, como por exemplo, conquistar os acampamentos de bandidos, revelar locais turísticos, dar cabo de samurais fugitivos, fazer carinho em gatos e realizar favores para os moradores locais. 

O cumprimento de todas essas tarefas garantirá o fortalecimento dos laços com outros personagens e desbloqueará novas missões para serem realizadas. Além disso, o jogador também será premiado com pontos de habilidades e força, que podem ser distribuídos na árvore de habilidades do game para que novas técnicas ou atributos de batalhas sejam aprendidos. 

Contudo, “Rise of The Ronin” caí na mesma armadilha de inúmeros jogos de mundo aberto, que é a repetição exagerada de tarefas, que podem deixar a experiência maçante para muitos jogadores e fazer com que muitos destes objetivos sejam deixados de lado. 

A Team Ninja também introduziu um sistema de furtividade, que permite eliminar a maior parte dos inimigos de maneira silenciosa, com exceção daqueles que possuem um nível de força bastante elevado. Mas, apesar de ser divertido, a inteligência artificial dos inimigos tira toda a imersão do processo, já que muitos ignoram completamente a presença do jogador, mesmo ele estando bem próximo.

Vale a pena? 

“Rise of The Ronin” traz uma sequência de pontos positivos, que são acompanhados por outros negativos. Este não é um game que vai se destacar diante de outros lançamentos recentes, como “Final Fantasy VII Rebirth” e “Dragon’s Dogma 2”, no entanto, ele apresenta uma gameplay competente, principalmente para os amantes da cultura de samurais. 

Graficamente o jogo também é satisfatório, mas está longe de explorar toda a potência gráfica do PS5 e pode servir de alerta para que a Team Ninja renove o seu motor gráfico em futuros lançamentos. “Rise of The Ronin” está disponível exclusivamente para o PS5, a partir de R$349,90.

Colaboração de Alfredo Carvalho, para o LeiaJá