Estúdios de games no Brasil crescem 3,2% em um ano, diz pesquisa

Em 2022, eram 1.009 empresas do tipo, passando para 1.042 em 2023

Estúdios de games no Brasil crescem 3,2% em um ano, diz pesquisa

Indústria nacional de jogos cresceu, com mais estúdios de games e produções próprias, aponta pesquisa da Abragames. Foto: Unsplash

Uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames) revelou que, entre 2022 e 2023, o índice de estúdios de games cresceu 3,2%. Em 2022, eram 1.009 empresas do tipo, passando para 1.042 em 2023. Esta foi a segunda pesquisa desenvolvida pela associação, com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex Brasil).

O bom resultado da pesquisa sobre o crescimento dos estúdios de games acontece, também, pelo desempenho do país no desenvolvimento de jogos autorais. Entre os anos de 2020 e 2022, 1.600 jogos foram criados, 1.009 lançados apenas no último ano citado; o crescimento foi de 12%, com relação a 2021. Ainda de acordo com o gráfico da pesquisa da Abragames, é possível notar que, em quase 10 anos (entre 2014 e 2023), o número de estúdios brasileiros cresceu quase oito vezes mais, passando de 133 em 2014 para 1.042 em 2023.

Além disso, em relação aos profissionais do segmento, houve um aumento de 6,3%, passando de 12.441 para 13.225.

“Os dados presentes na segunda edição da pesquisa também reforçam a posição do Brasil como uma das mais promissoras regiões para a prestação de serviços de External Development, como já vinha sendo apontado nos relatórios da XDS Summit, referência global no assunto”, destaca Rodrigo Terra, presidente da Abragames.

“O trabalho feito pelos brasileiros tem atendido demandas internacionais com qualidade e se destacado, entre outros aspectos, pelas questões artística, de engenharia e co-dev. Com isso, temos metade das desenvolvedoras brasileiras que atuam em outros mercados com mais de 70% de seus faturamentos oriundos dos mais variados países”, acrescenta o empresário.

Propriedade intelectual própria

A crescente maturidade da indústria brasileira também fica evidente em outros recortes da pesquisa. Entre eles, destaca-se que, em 2022, 93% dos estúdios nacionais desenvolveram propriedade intelectual (PI) própria. “Atualmente, os projetos dos nossos estúdios não devem nada aos de mesmo tamanho de qualquer outra parte do mundo. Ainda há uma clara diferença de investimento, mas não por uma questão de capacidade. De 2021 para 2022, por exemplo, observou-se que a participação dos estúdios nacionais em projetos transmídia (15%) e de licenciamento das próprias PIs (13%) superaram a atuação com licenciamento de produtos de terceiros (10%) – que em 2021 representava 18%”, avalia Terra.

O presidente da Abragames destaca ainda a evolução dos números desde 2014, quando foi realizada a primeira análise do segmento. Nesse meio tempo, o Brasil passou de 133 estúdios de desenvolvimento de games para 1.042, um aumento de quase oito vezes. Somente nos últimos cinco anos, esse mesmo recorte cresceu 177%, já que em 2018 apenas 375 empresas desenvolviam games no país.

Critérios de participação na pesquisa

Para participar da pesquisa, os estúdios precisaram atender aos seguintes requisitos:

  • Participar de alguma associação ou coletivo regional específico de jogos digitais;
  • Ter respondido ao questionário da pesquisa;
  • Ter website e/ou redes sociais da empresa com atividade nos anos de 2021/2022;
  • Ter um jogo lançado no ano de 2021/2022;
  • Ter empresa com jogo ativo e faturamento aferido pela plataforma AppMagic;
  • Ter CNPJ ativo e CNAE principal coerente com a atividade de desenvolvimento de jogos;
  • Ter confirmado, por contato telefônico, o recebimento da pesquisa;
  • Ter um ou mais jogos com atualização em 2021/2022/2023;
  • Contar com cadastro no Google com indicação de horário de funcionamento da empresa;
  • Ter produto participante do “MADE IN BRAZIL SALE 2023” na plataforma STEAM.

Na pesquisa atual, 309 empresas responderam ao questionário de forma proativa como estúdios desenvolvedores. Além disso, 34 estúdios responderam ao questionário como autônomos (por serem empresas individuais).