Tomb Raider I–III Remastered é um passeio nos anos 90

Imagem: Divulgação/Aspyr Media

A franquia “Tomb Raider”, publicada originalmente pela Eidos Interactive, completa 28 anos em 2024 e é lembrada por introduzir a protagonista Lara Croft no mundo dos games e também por revolucionar os jogos com câmera 3D. Com o passar do tempo, a saga precisou se adaptar a novos estilos de jogabilidade, repaginar alguns conceitos da história e alterar a personalidade da personagem central. Novas mudanças ainda são prometidas para futuros jogos da série, no entanto, para segurar a ansiedade dos fãs, a coletânea “Tomb Raider I–III Remastered”, chega como uma homenagem ao passado.

O projeto ficou a cargo da desenvolvedora americana Aspyr Media e conforme é descrito no título, a coletânea reúne os três primeiros games da franquia, lançados em 1996, 1997 e 1998 para as principais plataformas da época. Cada um dos jogos receberam melhorias gráficas, atualizações nos controles e também foram totalmente localizados no idioma português brasileiro. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o título na versão de Playstation 5.

Do que se trata Tomb Raider

Em ambos os games, o jogador assume o controle da exploradora de tumbas Lara Croft, que está sempre em busca dos tesouros mais raros do mundo. A maior parte da jornada se resume em resolver quebra-cabeças elaborados e realizar saltos entre plataformas com muita precisão.

Durante o trajeto, Lara será atacada por diversos inimigos, que vão desde animais selvagens, aracnídeos, múmias, monges, dinossauros e também, seres humanos armados. Para se defender, o jogador terá como arma principal as clássicas pistolas duplas, que possuem munição infinita. Outras armas como metralhadoras e escopetas também estão disponíveis, entretanto, essas contam com munição limitada, que devem ser coletadas durante a exploração dos cenários.

Além disso, o jogador poderá encontrar diversos kits médicos que permitem restaurar a barra de vida da Lara e garantem que a jornada se torne mais confortável, principalmente em batalhas intensas. Outro ponto de destaque, é que todos os três jogos permitem salvar e carregar o progresso a qualquer momento, quantas vezes forem necessárias. Este recurso que já estava disponível nas versões clássicas, ajuda a equilibrar a dificuldade oferecida pelos títulos.  

O antigo com cara nova

“Tomb Raider I–III Remastered” não se trata de um remake da saga clássica, já que a estrutura principal do level design de ambos os jogos foram mantidas. A principal diferença fica por conta da parte gráfica, que apresenta um modelo 3D totalmente refeito da Lara Croft, texturas de objetos retrabalhadas e adição de novos elementos nos cenários, como vegetação, iluminação e sombras.

Vale destacar que o jogador pode alternar entre os gráficos modernos e clássicos a qualquer momento, ao apertar o botão “opções” no controle do PS5. A mudança é feita de maneira instantânea e pode servir tanto para comparar ambas as versões, quanto para agradar os mais nostálgicos. No modo clássico, a taxa de quadros também é reduzida, para se aproximar ainda mais da experiência original.

Na parte de jogabilidade, é possível escolher entre os controles clássicos, conhecidos na época como controles de tanque, onde o jogador precisava girar o personagem em seu eixo (por meio dos botões direcionais esquerdo ou direito) e caminhar pressionando o direcional para cima. Já os controles modernos possibilitam que a câmera seja controlada pela alavanca analógica direita e pode ser um atrativo para os novos jogadores ou para aqueles que estão desacostumados com os padrões de jogabilidade antigos.

Controle de câmera caótico

Independente dos controles escolhidos, o jogador ainda será obrigado a lidar com o problema que assombra esta franquia desde 1996, que é a precisão no controle da câmera. Em diversos momentos da jornada, o ângulo de visão se torna caótico, o que dificulta a execução de alguns pulos, impede que você se livre de algumas armadilhas e também torna algumas batalhas contra inimigos um verdadeiro caos.

Se por um lado a Aspyr Media justifica que a intenção da coletânea é trazer a experiência exata dos originais, apenas com os gráficos refeitos, por outro, eles poderiam ter ousado um pouco mais e melhorado o controle da câmera, para tornar a aventura ainda mais convidativa para os novos jogadores.

Embora o controle de câmera seja um problema evidente, o mesmo não pode ser dito da estrutura de fases do game, feito na época pela saudosa Core Design (1988 – 2010). Se aventurar nos cenários dos três primeiros “Tomb Raider”, proporcionará uma jornada repleta de quebra-cabeças inteligentes, que exigirá muito raciocínio lógico por parte do jogador; e uma progressão que traz aquela sensação de satisfação a cada desafio vencido.

Acessibilidade

Um ponto positivo que se destaca em qualquer tipo de coletânea, é que elas facilitam o acesso legalizado a jogos clássicos em plataformas modernas. Antes do lançamento deste pacote, as versões originais de “Tomb Raider” I, II e III podiam ser adquiridas no PC, mas por se tratarem de softwares antigos, apresentavam bastante incompatibilidade com os hardwares modernos. Já as mídias físicas lançadas para PS1 ou Sega Saturn (no caso do primeiro game), podem ser encontradas em sites de revendas por preços elevados.

Com a coletânea, estes títulos podem ser jogados de maneira prática e estão otimizados para os PCs modernos e outras plataformas. Agora só resta aguardar que o mesmo trabalho seja feito com demais jogos da série clássica, como “Tomb Raider: The Last Revelation” (1999) e “Tomb Raider Chronicles” (2000).

“Tomb Raider I–III Remastered” é um registro do legado da franquia e também um retorno aos anos 1990. A coletânea pode agradar tanto os jogadores antigos, que tiveram a chance de experimentar os games clássicos no PS1 ou PC; como também pode ser convidativo para novos fãs, mesmo com os problemas aparentes no controle de câmera. O pacote está disponível para PS4 e PS5 por R$159,90; Nintendo Switch por R$145,53; Xbox One e Xbox Series X/S por R$112,45; e PC por R$88,99.

*Colaboração de Alfredo Carvalho, para o LeiaJá