Lula visita Kirchner em sua prisão domiciliar em Buenos Aires

Lula entrou na casa de Kirchner no bairro de Constitución sem fazer declarações, em meio a dezenas de pessoas que o aguardavam

Lula visita Kirchner em sua prisão domiciliar em Buenos Aires

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a ex-presidente argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, nesta quinta-feira (3). Kirchner, de 72 anos, preside o Partido Justicialista e é a principal opositora ao governo do presidente ultraliberal Javier Milei.

Lula entrou na casa de Kirchner no bairro de Constitución sem fazer declarações, em meio a dezenas de pessoas que o aguardavam. Quase uma hora depois, saiu também sem falar.

A Justiça havia autorizado a visita de Lula após um pedido de Kirchner, que só pode receber familiares, médicos e seus advogados, conforme as condições de detenção impostas pelo tribunal.

Sua condenação, que inclui também a inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos, foi ratificada dias depois de ela anunciar sua candidatura a legisladora pela província de Buenos Aires.

Centenas de milhares de manifestantes expressaram solidariedade em uma grande marcha na Plaza de Mayo em 18 de junho, dia seguinte ao início do cumprimento de sua condenação.

O tribunal havia advertido que não toleraria desordens na vizinhança, convertida em ponto frequente de manifestações de apoiadores.

Dezenas de pessoas aguardavam ansiosas para ver os líderes juntos, algo que acabou não acontecendo.

“São os expoentes da justiça social, vim para apoiar”, disse à AFP no local Martín Greaves, de 32 anos, desempregado. “É forte e triste, mas dá esperança ver que Lula não a deixou de lado, não se esqueceu dela”, acrescentou.

Lula já havia expressado solidariedade em uma conversa por telefone após sua sentença. “Notei, com satisfação, a maneira serena e determinada com que Cristina encara essa situação adversa e o quanto está determinada a seguir lutando”, disse Lula em X em junho.

Enquanto o próprio Lula estava preso entre 2018 e 2019, ele recebeu a visita do ex-presidente argentino Alberto Fernández (2019-2023), então candidato ao lado de Kirchner.