Lyra e Campos preparam o tabuleiro para o xadrez de 26 

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Não é novidade o cenário que se monta para as eleições municipais deste ano, porém, muito já se especula para a disputa eleitoral de 2026. O tabuleiro de xadrez conta com dois fortes atores para, possivelmente concorrer ao governo do estado. A atual governadora, Raquel Lyra (PSDB), que deverá tentar reeleição, e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), vêm jogando suas peças. A previsão é de que eles serão protagonistas no embate, além dos demais concorrentes que se apresentam desde já. 

Mesmo sabendo, no entanto, que ainda é cedo para oficializar as posições das peças desse xadrez eleitoral, os principais atores já se colocam na cena. É o que explica o cientista político Arthur Leandro. “Na verdade, não são só dois lados. Existem muitos lados, e é exatamente essa pluralidade de lados que faz com que esses dois atores tenham que se posicionar. Eles têm que construir ou reforçar uma estrutura de alianças e continuar se habilitando como sendo polo das forças que estão presentes nessa correlação e que esse polo seja atraente”, comentou. 

O especialista ainda explana, portanto, que existem diversos fatores a considerar, a exemplo da formação da base de oposição, tanto a nível municipal quanto estadual. É o caso da federação PSOL-Rede, que coloca na pré-campanha deste ano, respectivamente, a deputada estadual Dani Portela (PSOL) e o deputado federal Túlio Gadelha (Rede), para a prefeitura do Recife. Ao que tudo indica, essas posições podem afetar o jogo no futuro também. 

“Se o grupo liderado por Dani Portela se torna majoritário, isso deve beneficiar, num primeiro momento, a organização de uma força à esquerda. (…) Caso Túlio Gadelha seja vitorioso, isso provavelmente deve reforçar o nome lançado pela governadora Raquel Lyra, agora em 24”, pondera o cientista político. 

Disputas com o legislativo podem afetar xadrez eleitoral

Arthur Leandro ainda comenta sobre as atuais disputas que a governadora vem enfrentando com a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Ele explica que a situação “deve rebater em candidaturas de oposição”, que afetarão, portanto, o nome lançado por Lyra na disputa contra Campos este ano. “Provavelmente serão influenciados ou serão impactados pela liderança exercida pelo presidente da Alepe, que tem relação com uma série de prefeitos, principalmente na região do agreste meridional”, diz. 

“Então, a situação entre a governadora e a Alepe, esse relacionamento conflituoso, pode beneficiar, aqui em Recife, o nome do prefeito João Campos à reeleição, em detrimento do nome a ser lançado pela governadora”, finaliza.