Glauber Braga diz que não se orgulha, mas também não se arrepende de agredir militante do MBL

Deputado federal Glauber Braga, do Psol-RJ. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) é alvo de um pedido de cassação que chegou hoje ao Conselho de Ética da Câmara de Deputados. O processo se refere ao episódio de agressão contra o militante Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL). Em entrevista ao Uol nesta quarta-feira (24), Glauber disse que não teme a cassação, mesmo não tendo maioria na comissão. O parlamentar também disse não se orgulhar do caso, mas não se arrepende da atitude que tomou e condenou, novamente, as provocações por parte do MBL.

“Não me orgulho daquilo que fiz, mas também não me arrependo. Tudo tem que ser analisado dentro de um contexto específico. Era a quinta vez que esse sujeito partia para esse tipo de provocação. Muito daquilo que ele coloca no ar não retrata o que ele faz nos bastidores, fora dos microfones”, declarou o deputado. “Não me orgulho, mas coloco qualquer ser humano nas condições que foram submetidas a mim por conta desse agressor, ainda não tendo naquele momento uma representação da Polícia Legislativa, se não faria exatamente a mesma coisa que eu fiz”.

Glauber Braga condenou o método de atuação do MBL, que se popularizou por suas intimidações e provocações a adversários políticos, além de uma agenda de publicidade pesada nas redes sociais, com base em materiais gravados nesses conflitos. Segundo Braga, o MBL tem amparo de congressistas e muito dinheiro para financiar esses conteúdos.

“A esquerda brasileira tem que montar comitês de segurança e trabalhar para entender que está sob ataque de milícias fascistas. Não posso vir a público com o semblante do arrependido como se o responsável por esse conjunto de agressões, que têm uma relação direta com o processo de fascistização da política brasileira, tenha naquele que foi agredido a responsabilidade pelo que foi feito”, continua o deputado.

Quem é Glauber Braga

Glauber Braga se tornou deputado federal pela primeira vez em 2006, ainda pelo PSB, do Rio de Janeiro. Ele assumiu como Suplente o mandato na Legislatura 2007-2011, entre janeiro e fevereiro de 2009, e entre fevereiro de 2009 e março de 2010. Além disso, participou das eleições em 2010, 2014, 2018 e 2022, se reelegendo em todas. O parlamentar mudou para o PSOL para as eleições de 2018.

No Conselho de Ética, Braga responde por outro pedido de cassação, de autoria do Partido Liberal (PL). O processo o acusa de agredir Abílio Brunini (PL-MT) em novembro de 2023, durante um debate sobre o conflito de Israel e Hamas.