Ciro Gomes diz que pretende abandonar a política
Ciro Gomes antecipou uma possível aposentadoria ao revelar que o resultado das últimas eleições matou um pouco sua paixão pela política.
março 4, 2024 - 10:48 am
O ex-presidenciável Ciro Gomes. Foto: João Velozo/LeiaJá/Arquivo
Derrotado nas duas últimas eleições à Presidência, Ciro Gomes (PDT) disse que não pretende se candidatar novamente. Em entrevista à CNN, o ex-representante da “terceira via” comentou também sobre a possível prisão de Jair Bolsonaro.
Depois de romper com o irmão Cid Gomes e rachar o PDT no Ceará, Ciro antecipou a aposentadoria das urnas. Ele disse que o resultado da última eleição matou um pouco a paixão pela política.
“O que aconteceu em 2022 matou um pouco a minha paixão. Não digo pelo povo, mas pela política como linguagem. Eu não desisti, eu fui desistido. Estou lutando por outras obras, só não quero submeter as minhas ideias a um processo eleitoral viciado. Eu não pretendo mais ser candidato a nada. Vamos ver se eu consigo”, afirmou.
Investigação contra Bolsonaro
Ao mesmo tempo que falou sobre seu desencanto com a política, o ex-presidenciável avaliou a investigação que tem Jair Bolsonaro (PL) no centro de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Para o brizolista, o ex-presidente será preso.
“Vai ser [preso], mas eu espero que com a prudência e a franquia que ele tem direito, como qualquer bandido. Mesmo que seja uma pessoa como ele, qualquer bandido tem direito a um devido processo legal”, considerou.
Lula “popstar estrangeiro”
Mesmo que o PDT integre o atual governo, com o presidente Carlos Lupi no Ministério da Previdência, Ciro Gomes manteve o tom crítico ao presidente Lula (PT). Ele chamou o mandatário de “popstar estrangeiro” e cobrou que ele trabalhe mais no Brasil.
“Não mudou nada. É chocante o que eu estou dizendo. Desde os dados graves da economia, superávit primário, meta de inflação, câmbio flutuante. Justo ou não, correto ou não, qual a diferença no manejo do modelo econômico que o Lula pratica e o Bolsonaro?”, comentou ao avaliar a agenda econômica.
Por fim, o pedetista ainda revelou que Lupi não tem autonomia na tomada de decisões da pasta. “O Lupi tenta todo dia reduzir a taxa de juros de um dos maiores escândalos da história brasileira, que é o empréstimo consignado. Todo dia. E o governo fica contra o Lupi para proteger o empréstimo consignado”, reclamou.