Entenda por que Alexandre de Moraes soltou Valdemar da Costa Neto
Para Moraes, pesou o fato do presidente do PL ser um idoso e não não ter cometido os crimes com violência ou grave ameaça
fevereiro 10, 2024 - 10:08 pm

Valdemar Costa Neto e Alexandre de Moraes, em setembro de 2022. Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou soltar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O dirigente passou por audiência de custódia na Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal, nesta sexta-feira, 9.
O político, condenado no mensalão, foi preso na quinta-feira, 8, depois de policiais federais encontrarem uma arma de fogo com posse supostamente irregular em sua casa. Os federais encontraram também uma pepita de ouro que, segundo a primeira perícia da PF, tem origem em garimpo.
Segundo Moraes, “algumas circunstâncias específicas devem ser analisadas, uma vez que o investigado é idoso, tendo 74 (setenta e quatro) anos, e não teria cometido os crimes com violência ou grave ameaça, tendo sido os objetos encontrados dentro de sua residência, no momento do cumprimento de mandado de busca e apreensão”.
O que diz a defesa de Valdemar Costa Neto
A defesa de Costa Neto afirmou que a posse de pedra ‘não configura delito, segundo a própria jurisprudência’. Em nota, também apontou que a arma é registrada, pertence a um parente próximo e foi esquecida há vários anos no apartamento dele.
PL de Valdemar espalhou fake news sobre urnas eletrônicas
Valdemar entrou na mira da Polícia Federal porque, segundo os investigadores, usou dinheiro do Partido Liberal para reforçar a falsa narrativa de fraude nas urnas. Com isso, tentou legitimar as manifestações de bolsonaristas que começavam a se espalhar próximo a instalações das Forças Armadas. Segundo a PF, o partido foi “instrumentalizado”.
O ponto alto da estratégia foi a ação movida pelo partido no TSE para tentar anular os votos de 279,3 mil urnas eletrônicas. A alegação era de que houve “mau funcionamento” do sistema. O partido foi multado por “má-fé”.
Após o segundo turno, o PL pediu uma “verificação extraordinária” das urnas usadas na eleição. O partido afirmou, sem provas, que houve “quebra de confiabilidade dos dados extraídos” de parte dos aparelhos.
A versão era a de que Bolsonaro teve 51,05% dos votos no segundo turno e venceu a disputa contra Lula (PT). O suposto problema, segundo a ação, estaria nos modelos de urna lançados antes de 2020, que têm um número de série único.