Zambelli confessa esquema do governo para comprar votos
Áudio atribuído à parlamentar bolsonarista e líder do Movimento Vem Pra Rua, exposto pela deputada Sâmia Bonfim (Psol-SP), circula na internet
janeiro 18, 2020 - 3:51 pm
Na Câmara, Zambelli é uma das mais fervorosas apoiadoras do presidente. (Reprodução/Twitter)
Na noite desta sexta (18), a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) publicou em suas redes sociais um áudio atribuído à parlamentar Carla Zambelli (PSL-SP), uma das líderes do Movimento Vem pra Rua, supostamente encaminhado para o Secretário de Saúde da cidade de São Carlos, no interior paulista, em que ela admite que o governo federal comprou votos de parlamentares da situação para aprovar a Reforma da Previdência. “Todos os deputados que votaram a favor da Reforma da Previdência tiveram alguma verba, que poderiam tirar de alguns ministérios para mandar para alguma cidade”, teria dito Zambelli na gravação.
A deputada bolsonarista visitou São Carlos no fim de 2019, quando prometeu encaminhar R$ 500 mil para a pasta de saúde da cidade. No áudio divulgado por Sâmia Bomfim, Zambelli ainda explica o porquê de não ter enviado a verba prometida ao município. “Infelizmente, o deputado no primeiro mandato não tem verba”, afirma, acrescentando posteriormente que conseguiu a verba de R$ 5 milhões para a saúde através da verba suplementar distribuída pelo governo Jair Bolsonaro por meio dos ministérios para comprar votos para a reforma da Previdência.
ESCÂNDALO! Circula na internet um áudio da deputada Carla Zambelli confessando para o Secretário de Saúde de São Carlos que só conseguiu a liberação de recursos para suas emendas porque votou a favor da reforma da previdência. pic.twitter.com/E0k1mM7SWY
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) 18 de janeiro de 2020
Após a repercussão do áudio, Sâmia Bomfim declarou que a bancada do Psol abriu um inquérito no Ministério Público Federal para verificar a liberação de mais de R$ 444 milhões em emendas sem autorização. “A integralidade da votação da reforma da previdência está em cheque. É inadmissível que dinheiro público seja usado para influenciar o processo legislativo”, afirmou. Zambelli ainda não se manifestou sobre o caso.