O seu pet gripou? Veterinária dá dicas de como agir contra a doença

Em entrevista ao LeiaJá, a médica veterinária Heloisa Nerys esclareceu as principais dúvidas dos tutores de pets sobre a gripe em animais

O seu pet gripou? Veterinária dá dicas de como agir contra a doença

Gato Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Seu pet mudou de comportamento? Ele está apresentando espirros e coriza no nariz? Saiba que esses sintomas podem estar associados a um quadro de gripe. E, assim como os seres humanos, receitas caseiras ou aquelas dicas de medicamentos dadas em canais nas redes sociais, podem atrapalhar no tratamento e, até mesmo, colocar a vida do animal em risco. O correto é levar o animal a um veterinário.

Sendo assim, o LeiaJá conversou com a médica veterinária Heloisa Nerys da Costa, que respondeu dúvidas e deu recomendações sobre como o tutor deve agir no momento em que perceber que o seu gato ou cachorro está gripado.

Como identificar a gripe no animal?

De acordo com a veterinária, “a gripe pode contaminar animais de todas as raças e idades”, e os sintomas da doença podem durar dias ou, até mesmo, semanas.

Assim como acontece com o ser humano, a imunidade do animal vai determinar se ele apresentará ou não manifestação clínica da doença. Por isso, segundo Heloisa Nerys, é mais comum que os sintomas apareçam durante estações chuvosas e nos meses mais frios, quando a defesa do organismo tende a cair.

“É notável para o tutor quando esses animais começam a apresentar os seguintes sintomas: espirros, olhos lacrimejando, apatia, nariz escorrendo e tosse”, contou a especialista. Ela também reiterou que em cães a tosse “pode ser confundida com um engasgo, devido ao fato de ser tão seca”.

A gripe do animal pode ser transmitida para o tutor?

Mito. De acordo com Heloisa Nerys, os vírus da gripe dos cães e dos gatos “não são os mesmos que os dos humanos, sendo assim, não ocorre o contágio de animais para tutores e vice-versa”.

No caso dos gatos, a rinotraqueíte é causada pelo hipervírus felino 1 (HVF-1), ocasionando febre, salivação, espirros constantes, conjuntivite e rinite. Já nos cachorros, a doença, também conhecida como Tosse dos Canis, é provocada pela bactéria Bordetella bronchiseptica e pelos vírus Parainfluenza e Adenovírus.

“Procurar um especialista é a melhor escolha”

Nas redes sociais, principalmente no YouTube, existem centenas de vídeos, nos quais tutores de pets e pessoas, que se identificam como especialistas, citam nomes de medicamentos que podem auxiliar no tratamento. Na maioria desses conteúdos, são até mesmo indicados alguns analgésicos que são receitados contra a gripe em humanos.

Entretanto, a médica veterinária alertou sobre os cuidados que devem ser adotados e pontuou que a melhor escolha é procurar um consultório veterinário.

“É importante não dar nenhum tipo de medicamento humano ou veterinário ao animal sem antes passar pela avaliação de um especialista clínico, ou seja, uma consulta veterinária, pois a maior problemática da gripe são as doenças secundárias, como a pneumonia”, orientou.

A especialista salientou que o veterinário analisa os sinais da doença e receita medicamentos de acordo com o quadro clínico de cada animal. Sendo assim, os anti-inflamatórios, as vitaminas e os antibióticos podem ser diferentes de caso para caso.

Evitar aglomerações, uma boa alimentação e constante hidratação também são indicados durante as consultas.

Onde procurar atendimento gratuito?

Se o seu pet gripou e você não tem recursos para pagar consultas em hospitais particulares, o recomendado é entrar em contato com as secretarias voltadas para a saúde animal do seu município e estado, e saber quais as unidades hospitalares mais próximas da sua residência.

Na capital pernambucana, o atendimento pode ser realizado no Hospital Veterinário do Recife Robson José Gomes de Melo (HVR). O centro de saúde animal também é conhecido como Hospital Veterinário do Cordeiro, bairro onde fica localizado.

“É necessário levar RG do tutor e comprovante de residência em Recife, no mesmo nome do tutor. As consultas e outros procedimentos são gratuitos, e o hospital é uma das maiores conquistas da população recifense”, esclareceu Heloisa.

Vacinação

Apontada como o melhor tipo de prevenção contra gripes em pets, a vacinação pode ser procurada pelos tutores nos primeiros meses de vida do animal.

Em cães, a primeira vacina da gripe pode ser aplicada ainda na fase em que ainda são filhotes – com cerca de 80 dias de vida – juntamente com a segunda dose da vacina múltipla. São recomendados reforços anuais.

Atualmente, existem dois tipos de vacina contra a doença para os cães: a injetável e a intranasal. A vacina intranasal é aplicada em gotas, apenas uma vez, no nariz do pet. Já a injetável exige duas doses na primeira vez em que o cachorro é vacinado.

Nos gatos, a vacina deve ser aplicada a partir dos 45 dias de vida. Reforços anuais também podem ser necessários.

“A vacina é necessária ser realizada anualmente, pois o vírus deles também sofre mutação a cada temporada. O médico veterinário irá indicar o protocolo vacinal mais adequado de acordo com a idade e características de cada indivíduo”, complementou a veterinária.

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