Presidente do Sinpol é alvo de novo processo administrativo na SDS
Por meio de nota, sindicato afirma que ação é uma “afronta à liberdade de expressão”
julho 3, 2025 - 4:07 pm

Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol. Foto: Divulgação/Ascom
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, tornou-se alvo de um novo processo administrativo disciplinar (PAD), expedido pela corregedora geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). A instauração foi formalizada na última segunda-feira (30) e publicada no Boletim Geral da SDS na quarta (2). Por meio de nota, o Sinpol “repudia com veemência” a ação, considerando uma “afronta à liberdade de expressão”.
De acordo com a publicação da portaria 213/2025, o PAD visa “apurar a conduta, e fatos conexos que surgirem no decorrer dos trabalhos, sob o viés ético-disciplinar, observando os dispositivos previstos no regime disciplinar aplicável à espécie”.
A categoria, por outro lado, destacou em nota que o representante do sindicato tem direito a se manifestar e tecer críticas em relação à gestão pública, no que tange os policiais civis. “As críticas foram e continuarão sendo feitas no exercício de sua atividade sindical”, destaca o texto.
Este não é o primeiro PAD instaurado contra Cisneiros. Em fevereiro deste ano, o sindicalista havia passado por situação semelhante. O episódio anterior aconteceu em agosto de 2024. Áureo Cisneiros foi eleito para presidir o Sinpol em novembro de 2023, quando foi readmitido aos quadros da Polícia Civil do estado, após ter passado por uma expulsão em 2021.
Confira nota do Sipol na íntegra:
O SINPOL repudia com veemência o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado contra o presidente do sindicato, Áureo Cisneiros, por liderar a luta vitoriosa dos Policiais Civis pela Paridade e Integralidade e por denunciar as delegacias improvisadas, sem estrutura alguma de funcionamento, nos diversos municípios do Estado.
O Presidente do SINPOL tem o direito, legitimidade e obrigação de criticar os erros, salários baixos e as péssimas condições de trabalho dos Policiais Civis. As críticas foram e continuarão sendo feitas no exercício de sua atividade sindical.
Este PAD é uma afronta à liberdade de expressão e uma tentativa de intimidar quem luta pela valorização dos Policiais Civis de Pernambuco e surge justamente após os anúncios da construção da minuta da Lei Orgânica e campanha salarial da categoria.
A governadora Raquel Lyra demonstra, mais uma vez, seu autoritarismo e sua incapacidade de diálogo, perseguindo quem denuncia a falta de estrutura na Policia Civil, a falta de transparência e a maquiagem na divulgação dos dados criminais utilizados distorcidamente como propaganda eleitoral, em detrimento da vida da população e do trabalho das forças policiais.
Há uma insistência em governar sem ouvir a população e suas instituições representativas. Há uma lamentável persistência na manutenção piorada da política do governo anterior, inclusive nomeando para comandar a Secretaria de Defesa Social a mesma pessoa que, na gestão anterior, foi demitido justamente após as denúncias do SINPOL pela sua inoperância e falta de compromisso com a segurança pública.
A perseguição a lideranças sindicais não silenciará a luta dos policiais civis por valorização e melhores condições de trabalho. Pelo contrário, enquanto providências não forem tomadas, o SINPOL continuará mostrando a dura realidade nas delegacias e demais unidades policiais do estado e não irá recuar na construção coletiva da minuta da Lei Orgânica e campanha salarial.
O PAD ilegal comprova que este governo não suporta a crítica e tenta impor o medo, ao invés de enfrentar os problemas reais que colocam Pernambuco entre os estados mais violentos do Brasil.
O SINPOL seguirá firme na defesa intransigente da categoria, não abandonará a luta por mais segurança pública e não aceitará intimidações de quem tem medo da verdade.
SINPOL-PE – Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco