Motorista que atropelou integrante do MST vai responder por tentativa de homicídio

A Polícia Civil de Pernambuco detalhou, nesta quarta-feira (23), a prisão do motorista suspeito de atropelar um militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante uma passeata pacífica no Recife, no último dia 15 de abril. A vítima, um idoso, sofreu traumatismo craniano e foi socorrido para a UPA dos Torrões. O condutor do veículo, que fugiu sem prestar socorro, foi detido nessa terça-feira (22).

O que aconteceu?

A Marcha em Defesa da Reforma Agrária e da Democracia em Pernambuco saiu da Avenida General San Martin com destino à Praça da República. Por volta das 9h40, ao passar pela Avenida Abdias de Carvalho, nas imediações do Compaz Ariano Suassuna, um carro branco do modelo Ford EcoSport furou o bloqueio e avançou contra os manifestantes, atropelando pelo menos uma pessoa.

Versões contraditórias

De acordo com a Polícia Civil, no momento do atropelamento, havia três idosos no veículo, que alegaram estar a caminho de uma consulta médica. Segundo o relato do motorista, o carro teria sido agredido pelos manifestantes do MST com pedaços de madeira, o que teria provocado pânico no avô do suspeito, que passou mal. Ainda segundo o motorista, ele acelerou para sair do local e afirmou que não viu que havia atropelado alguém.

Entretanto, testemunhas e imagens colhidas pela investigação contradizem essa versão. A perícia deverá apontar a velocidade do veículo e os danos provocados, mas já foi constatado que não havia uma grande aglomeração no local que justificasse o avanço do carro.

Investigação e prisão

O veículo foi localizado na casa de familiares do suspeito, no Recife. Após diligências e depoimentos iniciais, a polícia solicitou a prisão preventiva do autor. O suspeito chegou a se apresentar ao DHPP com um advogado durante o feriado, mas foi liberado por não estar em situação de flagrante. Após o fim do feriado, a Justiça expediu o mandado de prisão, cumprido nesta quarta-feira (23) na residência do acusado, no bairro do Curado, em Jaboatão dos Guararapes. A prisão ocorreu sem resistência.

Motivação ainda é apurada

A Polícia Civil afirmou que, até o momento, não há elementos suficientes para confirmar que o atropelamento teve motivação política ou foi direcionado contra o movimento agrário.

“O que temos até agora é que ele afirma que foi impedido de passar e tomou uma atitude descabida e inconcebível”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Diego Jardim.

O motorista vai responder por tentativa de homicídio e omissão de socorro. A investigação segue em andamento.

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