Câncer de pele: como identificar, tratar e prevenir?
A edição da campanha Dezembro Laranja 2024, traz o seguinte tema: “Proteger a pele é proteger a saúde”
dezembro 13, 2024 - 6:59 am
câncer de pele Foto: Freepik
No dia a dia estamos expostos ao sol bem mais do que podemos imaginar, e essa exposição solar pode trazer malefícios a nossa pele, a nossa saúde. Mas com a correria da rotina muitos se perguntam: como prevenir, identificar e tratar a doença?
Em entrevista ao LeiaJá, a Dra. Cláudia Magalhães – dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), fala sobre quais os sinais de alerta, se é possível realizar autoexame, importância do diagnóstico precoce, quando procurar um especialista e quais os tipos de câncer de pele.
Sinais de alerta e a realização de autoexame são dois pontos iniciais para identificação da doença. Neste sentido, a dermatologista alerta sobre os principais sinais de alerta: – Surgimento de uma nova lesão em um local da pele que antes não havia nenhum sinal ou pinta; Mudanças no aspecto dos sinais ou pintas já existentes, que aparecem com a coloração diferente – e aqui eu chamo a atenção para o Melanoma -, com as bordas irregulares, sangramento da lesão, aumento do tamanho, coloração muito assimétrica, com tons que vão do marrom claro até o preto;
“Eu sempre insisto com os meus pacientes, na importância de olhar para o seu próprio corpo e assim, fazer o autoexame mensalmente, com o auxílio de um espelho grande e com um espelho menor de mão, em local bem iluminado, onde seja possível verificar todas as pintas e sinais existentes e avaliar se houve alguma mudança neles, ou se apareceu uma nova lesão! Em todos esses casos, procure rapidamente a sua dermatologista”, reforça Cláudia.
Dica de cuidado e acompanhamento de manchas
Cláudia ainda traz mais uma dica de acompanhamento das pintas em locais mais difíceis de visualizar. De acordo com ela, a pessoa pode usar um secador de cabelo para ver a pele do couro cabeludo e pentear o cabelo após o banho, pois facilita a verificação. “Mesmo com espelhos, alguns pontos do corpo podem ser difíceis de ver. É por isso que pedir a ajuda de um amigo ou de um membro da família de confiança para ajudar é um excelente recurso. Essa pessoa pode até tirar algumas fotos de referência das áreas que você não pode ver, o que permitirá comparar as fotos de cada mês e garantir que nada seja novo ou alterado. Vale ressaltar que quaisquer manchas novas ou com algum tipo de mudança são certamente uma bandeira vermelha para possíveis cânceres de pele”, frisa.
Quando procurar ajuda médica?
Ao observar alguma mudança, seja uma nova pinta ou sinal que apareceu na pele, ou se algum sinal ou pinta que a pessoa tem no corpo, esteja mudando de cor e tamanho, com bordas irregulares, sangramentos, crostas ou feridas que não cicatrizam, é aconselhável procurar um dermatologista. Durante a consulta o especialista realiza a dermatoscopia, o exame que é feito com o aparelho dermatoscópio, que através da luz polarizada e da ampliação da lesão permite que o especialista veja de forma mais detalhada a pele do paciente, assim observar as cores e outras características dessa lesão.
Uma biópsia da lesão pode ser realizada, para alcançar o diagnóstico precoce e assim iniciar o tratamento o mais rápido, com a sua retirada, em casos de ter um tamanho pequeno.
Por que a importância do diagnóstico precoce?
O diagnóstico de forma precoce do câncer de pele de pode possibilitar procedimentos cirúrgicos menos agressivos. “Nos casos dos tipos de câncer de pele, o Basocelular e o Espinocelular – em geral, somente com malignidade local, se fizermos um diagnóstico precoce, conseguiremos retirar a lesão ainda bem pequena, e, diminuímos as chances de recidiva da lesão, além de possibilitarmos procedimentos cirúrgicos menos agressivos, na maioria das vezes, realizados a nível ambulatorial, além de melhorarmos a qualidade de vida do paciente e os resultados estéticos cirúrgicos. Já no caso do Melanoma Maligno, o seu diagnóstico precoce é fundamental, pois isso é o que fará a diferença para o seu tratamento. A taxa de sobrevida é acima de 95% em 10 anos para pacientes cujo Melanoma é detectado exclusivamente na pele e nas suas fases iniciais. Essa taxa de sobrevida cai drasticamente, para aqueles pacientes que já tenham gânglios linfáticos envolvidos ou metástases em outros órgãos”. ressalta, a especialista.
Tipos de câncer de pele
Os tipos de tumores mais comuns são Carcinoma Basocelular, Carcinoma Espinocelular e o Melanoma Maligno. A especialista listou os tipos de câncer de pele, confira abaixo:
Carcinoma Basocelular é o tipo mais comum, porém, é o menos agressivo. Aparece como uma “ferida” ou uma “bolinha de cor avermelhada e brilhante”, e que em geral, evolui de maneira lenta. É muito mais frequente em regiões expostas ao sol, como o rosto, o couro cabeludo, os ombros braços e até as mãos.
Carcinoma Espinocelular é o segundo tipo de câncer de pele mais comum, e se desenvolve a partir das células escamosas da epiderme, a camada mais superficial da pele. Assim como o Carcinoma Basocelular, esse tipo de câncer de pele, também aparece mais frequentemente nas áreas muito expostas ao sol, inclusive diariamente.
Melanoma Maligno é o mais agressivo dos três tipos principais de câncer de pele, devido à sua alta probabilidade de provocar metástase – disseminação do câncer para outros órgãos, como é o caso de vários tumores malignos que acometem a população. O Melanoma ocorre quando as células produtoras dos pigmentos que dão cor à pele tornam-se cancerígenas. É um tipo raro de câncer de pele, correspondendo aproximadamente a 3 a 4% dos casos de câncer de pele.
O que pode desencadear o câncer de pele?
De acordo com a dermatologista, a exposição solar sem proteção, bem como o fator genético são fatores de risco para o câncer de pele. “A principal causa do câncer de pele é a exposição solar que a pessoa teve ao longo da sua vida sem nenhuma proteção. Além disso, existe o fator genético para todos os três tipos – Basocelular, Espinocelular (esses dois com menor frequência) e principalmente o Melanoma, aonde o histórico familiar é bastante importante e já deve chamar ser um sinal de alerta significativo para o paciente e para a família como um todo”. Finaliza a especialista.