Integrantes de quadrilha do ‘golpe do Pix’ são presos em Igarassu

Criminosos extraíam informações das vítimas nas redes sociais e usavam contas de ‘laranjas’ para movimentar o dinheiro

Integrantes de quadrilha do ‘golpe do Pix’ são presos em Igarassu

Operação Chamada Restrita, da Polícia Civil, tem como alvo quadrilha especializada em aplicar “golpe do Pix” sob ameaça das vítimas. Foto: Divulgação/PC-PE

A Polícia Civil (PC) deflagrou, nesta terça-feira (3), a operação Chamada Restrita, que cumpre dois mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão em Pernambuco e em São Paulo. O objetivo da ação é desarticular uma quadrilha que aplicava o “golpe do Pix” através de ameaças graves contra as vítimas. Além disso, a associação criminosa também é alvo de investigação por lavagem de dinheiro e extorsão.

Em Pernambuco, as buscas acontecem no município de Igarassu, no Grande Recife. Na ação desta terça-feira, duas pessoas foram presas; um homem de 33 anos e uma mulher, de 27 anos. Eles já possuem antecedentes criminais e vínculo com o tráfico de drogas. De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), a quadrilha consiste, em sua maioria, de presidiários e suas companheiras.

Como funcionava o esquema

Os criminosos colhiam dados pessoais disponíveis nas redes sociais. O método era tratar as vítimas como “X9”, gíria que descreve uma pessoa que delata atividades criminosas para a polícia. Na posse das informações – como nome completo, endereço e parentesco – dessas pessoas, os extorsionários solicitavam transações via Pix e ameaçavam matar as vítimas caso não recebessem os pagamentos. As contas de destino do dinheiro mudavam de ligação para ligação, quase sempre sendo contas falsas, as “laranjas”.

“O modus operandi da quadrilha era a grave ameaça. Eles arrecadavam informações de redes sociais e de outros cadastros, que ainda estamos investigando, e entrando em contato com as vítimas, e informavam que matariam essas pessoas se elas não pagassem pela própria vida. Isso gerava um grande medo e algumas das vítimas realmente faziam o Pix para ter a vida preservada”, informou o delegado Adyr Martens, titular da operação.

A quadrilha tornava o número da chamada restrito, por isso, o nome da operação. Eles chegaram a extorquir cerca de R$ 1 milhão, valor que foi alvo de solicitação de bloqueio financeiro nesta fase da ação policial. Adyr Martens disse, ainda, que não havia “limitação econômica e nem geográfica” para o golpe e que há vítimas de diversas partes do país.

As prisões

Dos 15 investigados da operação Chamada Restrita, seis são alvo nesta terça-feira. Os dois presos nesta fase já estão a caminho da Delegacia de Polícia Civil de Paulista.

“O homem [tem passagem], por tráfico e homicídio. E a mulher, por tentar entrar em um presídio com um celular, duas vezes; por tráfico de drogas e por maus tratos a idosos sob cárcere privado”, acrescentou o delegado sobre as duas prisões em Pernambuco.

Em 2022, quando as investigações começaram, o homem já estava preso por outro crime. Ele ganhou liberdade em 2023, e imediatamente se associação a uma facção de tráfico de drogas. “Começou a disputar território de tráfico de drogas, acarretando em várias mortes, principalmente na cidade de Itamaracá”, concluiu Adyr Martens.