Corregedoria diz não haver indícios de corrupção na fuga em Mossoró
Relatório aponta possibilidade de falhas em procedimentos de segurança
abril 2, 2024 - 7:58 pm

Penitenciária Federal em Mossoró Foto: Depen
Após um mês e meio apurando as circunstâncias da fuga de dois detentos da Penitenciária Federal em Mossoró (RN), a corregedoria da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou não ter encontrado qualquer indício de corrupção.
De acordo com o ministério, a corregedora-geral, Marlene Rosa, aponta indícios de “falhas” nos procedimentos carcerários de segurança. Entretanto, não há nenhuma evidência de que servidores tenham, intencionalmente, facilitado a fuga.
Processos Administrativos Disciplinares instaurados
Ainda de acordo com o ministério, três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) estão instaurados para aprofundar as investigações sobre as falhas identificadas. Dez servidores são alvos desses procedimentos. Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo com uma série de medidas. Dentre as medidas há, por exemplo, passar por cursos de reciclagem e não voltarem a cometer as mesmas infrações.
“A corregedora ainda determinou a abertura de uma nova investigação preliminar sumária para continuar as apurações referentes às causas da fuga, com foco nos problemas estruturais da unidade federal”, disse a pasta em nota.
Fuga
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento escaparam da penitenciária em 14 de fevereiro deste ano, Quarta-Feira de Cinzas. A fuga é a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde que este foi criado, em 2006.
A unidade potiguar estava passando por uma reforma interna. Investigações indicam que Mendonça e Nascimento usaram ferramentas que encontraram largadas dentro do presídio para abrir o buraco por onde fugiram de suas celas individuais. Quatro dias após a fuga inédita, o próprio presidente Lula cogitou que os dois detentos tenham recebido algum tipo de ajuda para sair da unidade.
Declarações de Lula
“Queremos saber como esses cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu. Não quero acusar, mas teoricamente parece que houve a conivência de alguém do sistema lá dentro. Como não posso acusar ninguém, tenho que acreditar que a investigação que está sendo realizada pela polícia local e pela Polícia Federal nos indique o que aconteceu”, disse Lula, em coletiva de imprensa. No mesmo dia, policiais penais rechaçaram a hipótese de corrupção.
“Findadas as apurações, se tiver algum policial penal federal envolvido, cortaremos a própria carne sem qualquer corporativismo, pois o nosso maior orgulho sempre foram os números estatísticos de zero fuga, zero rebelião, zero celular”, assegurou, na ocasião, a Federação Nacional dos Policiais Penais Federais (Fenappf), em um comunicado à imprensa. “Os foragidos não tiveram apoio externo, ou seja, não havia logística externa, eles não possuíam veículo para fuga, celulares, casa de apoio e nem rota de fuga, o que nos leva a acreditar que não houve planejamento prévio e sim uma oportunidade que foi aproveitada e obtiveram êxito”, acrescentou a entidade.
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