Familiares sepultam vítimas do acidente na procissão em Jaboatão

Familiares levam o caixão ao final do velório. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Aconteceu, nesta segunda-feira (1º), o velório coletivo de duas das cinco vítimas fatais do atropelamento na procissão de Páscoa, no último domingo (31), no bairro de Marcos Freire, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. A missa de corpo presente teve a leitura do arcebispo de Recife e Olinda, dom Paulo Jackson.  

O velório aconteceu na escola de referência de ensino médio (Erem) Adelaide Pessoa Câmara, situada próximo ao local da ocorrência.  

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Vítimas da procissão 

Familiares de Edson Maurício Barbosa, de 52 anos, e de Amaury João de Lima, de 68, compareceram à quadra da escola para velar os corpos. Os enterros aconteceram ainda nesta segunda, no Cemitério da Muribeca, assim como o de Jéssica Kelly Mendonça dos Santos, de 22 anos. A família de Jéssica, no entanto, escolheu velar seu corpo em outro local. 

No mesmo dia também foi enterrada Tereza Cristina Batista da Silveira, de 66 anos, no Memorial Guararapes. Já Edite Maria, de 51 anos, será velada e sepultada na terça-feira (2), no Parque das Flores, pois a família possui um jazigo particular.  

Durante a palavra na missa, contudo, o arcebispo falou sobre o luto e o ciclo da vida. “Nossa solidariedade a esta comunidade vivendo uma dor profunda”, disse. 

Tragédia surpreendeu familiares 

Entre os presentes na cerimônia, os familiares não saíram de perto de seus entes falecidos, ainda sem entender muito bem o que aconteceu. É o caso de Rafael Cavaleiro, por exemplo, filho de Amaury João de Lima, que presenciou a morte do pai de cima do trio elétrico, durante a procissão. “É muito difícil falar agora, mas eu queria expressar publicamente o carinho que vocês estão tendo com cada família, com todo mundo”, declarou. 

“Eu lembro as coisas em ‘flash’. Muita gente tá perguntando ‘Tu é forte? Tu é forte?’, mas pra falar a verdade, eu não tô sentindo direito. Parece que não foi comigo, foi um filme que eu vi e não era comigo. (Parece que) ninguém que tá aqui são meus amigos, eu não tô sentindo ainda”, continuou. 

Católico fervoroso, como muitos o conheciam, Amaury é lembrado por familiares e amigos como um homem de fé. É o que afirma Rafael que, em meio às lágrimas do luto, relembrou seu pai de maneira afetiva. 

“Todo mundo que conheceu ele, todo mundo que conviveu com ele sabia o quanto ele era um cristão católico fervoroso. Todo mundo que vem perguntar a mim, ‘descreva seu pai’, ele defendia a fé católica cegamente, beirava o fanatismo. Então, eu só tenho a crer que, pelo que ele acreditou assim como no santo evangelho fala que aquele que crê em mim estará comigo, eu não tenho dúvida que meu pai deve estar em um bom lugar. E o que nos conforta é que numa procissão de ressureição, celebrando a vida, foi quando ele foi para a vida eterna”, finalizou. 

Prefeitura ofereceu auxílio funeral às famílias das vítimas da procissão

De acordo com o prefeito Mano Medeiros, a prefeitura de Jaboatão ofereceu auxílio funeral a todas as cinco famílias. Duas delas, portanto, Edite e Jéssica, aceitaram. A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania oferece o auxílio funeral, bancando os custos de traslado do corpo, caixão, e taxa de sepultamento no cemitério da cidade. 

“Desde o dia de ontem, na verdade a Prefeitura está permanente aqui, junto à população. Aqui em Marcos Freire, e nas unidades de saúde, acompanhando todas as situações das 34 vítimas”, disse o gestor municipal. 

Por fim, Medeiros confirmou que dos sobreviventes, 11 já receberam alta, e os órgãos competentes acompanham a recuperação dos demais.