Lojas de preço único amortecem o bolso do consumidor no Recife 

As lojas de preço único ocupam os espaços de comércio no Recife. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Os centros urbanos vêm recebendo um “boom” de lojas com uma característica peculiar: todos os produtos custam o mesmo valor. As chamadas lojas de preço único, que fizeram sucesso nos anos 90 e início dos anos 2000, voltaram a ocupar os espaços na cidade, amortecendo o bolso do consumidor. 

No centro do Recife, por exemplo, os estabelecimentos se dividem em segmentos, havendo espaços para venda de maquiagens, ou roupas e acessórios, todos custando um só valor. Para compreender como funciona esse ciclo comercial, o LeiaJá conversou com o economista André Morais, que explicou de onde vem a ideia desse ciclo. 

De acordo com o especialista, o número cada vez maior de produtos importados influencia na facilidade de compra e venda por empresários locais. “É um modelo que gera muita conveniência para o consumidor. Porque ele consegue, dentro de um único estabelecimento, ter uma variedade muito grande de produtos”, explicou. 

“Uma coisa interessante que a gente viu agora recente na pesquisa é que casa muito bem com o perfil de renda que a gente encontra aqui no nordeste, porque historicamente a nossa renda aqui é mais baixa se comparada com a região sul e sudeste”, continuou. 

Economia nas lojas de preço único 

Quem calcula e economiza dá preferência ao modelo, como é o caso da estudante Alana Samara, de 21 anos. “Eu acabo gastando menos, porque tem tudo reunido já aqui, e por ser um preço acessível”, disse. Mesmo sendo moradora do Recife, Alana afirma que não há lojas desse segmento no bairro onde mora.

Já para a vendedora Priscilla Silva, que trabalha no centro do Recife, a praticidade de frequentar esse tipo de loja é maior. “Às vezes a gente termina chegando já sabe que (o preço) é fixo ali, então se você achar (o que procura), você já tem mente o valor que tá, achou, pronto, já vai dentro do orçamento”. 

A dona de casa Suelen Lourenço, moradora de Camaragibe, no Grande Recife, por sua vez, dá preferência às lojas de preço único. Desse modo, ela encontra uma forma de economizar nas compras para a família. “Eu tenho cinco filhos, aí sempre tem que tá comprando roupa para eles, aí para mim sempre vale a pena”, explica. 

Por fim, André Morais pontua que a praticidade é o ponto crucial para a escolha dos consumidores. “É uma comodidade muito interessante. É claro que as vezes a gente não vai encontrar tudo ali naquele estabelecimento, mas se a gente tiver essa opção de um lugar que a gente vá comprar uma diversidade grande de produtos, com várias opções, é muito interessante para o consumidor. Antes ele ia precisar ir em vários estabelecimentos, e agora em um único estabelecimento ele encontra o que deseja”, concluiu.