Ato em apoio à Palestina ocupa as ruas do Recife 

Manifestação em apoio à Palestina no conflito contra Israel acontece para conscientizar a população sobre os conflitos contra Israel

Ato em apoio à Palestina ocupa as ruas do Recife 

Ato contou com performance artística. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá

Manifestantes e representantes de organizações políticas e da sociedade civil se reuniram, nesta segunda-feira (26), em um ato pela defesa da Palestina. O protesto é contra o genocídio do povo palestino na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. O movimento, que concentrou o público na Praça do Derby, área central do Recife, tem a coordenação do Comitê de Solidariedade Palestina-Pernambuco, que abarca diversas instituições. 

Uma delas é a Aliança Palestina Recife, um grupo de ativistas que conjuntamente fazem ações de solidariedade ao povo palestino. Um de seus representantes é André Frej, que contou ao LeiaJá a importância de conscientizar a população sobre o que se passa com os palestinos atualmente. “Os atos de rua são muito importantes porque dão uma visibilidade maior. Afinal de contas, a gente vive um silenciamento, um apagamento, a gente pode chamar de um genocídio midiático. Enquanto nós não temos espaço para passar o lado do sofrimento do Palestino, o outro lado, pelas empresas de comunicação, recebe uma verdadeira propaganda de guerra. Então, a gente procura de outras maneiras atingir a população e conscientizar de que efetivamente, verdadeiramente, ocorre um genocídio na faixa de Gaza”, afirmou o ativista. 

“Além desses atos de rua a gente faz eventos em universidades, em escolas, cineclubes, uma série de manifestações, de atividades buscando conscientizar as pessoas de que não se trata simplesmente de um ‘conflito’, mas é uma disputa territorial que remonta ao surgimento do movimento sionista”, continuou. 

Atos de rua em defesa da Palestina 

Sendo o quarto ato de rua realizado no Recife, o trajeto da manifestação parte da Praça do Derby em direção ao Consulado dos Estados Unidos, na Rua Gonçalves Maia, no bairro da Boa Vista. A ideia, segundo Frej, é uma forma de denúncia. “A gente não precisa só denunciar os crimes de desumanidade praticados pelo estado de Israel. Mas existe o imperialismo que financia o massacre, os bilhões de dólares são enviados anualmente pelos Estados Unidos e o Estado sionista na verdade é uma ponta de um iceberg ali funciona como um ente nos Estados Unidos para desestabilizar o Oriente Médio”, apontou. 

De acordo com Bruno Otoni, que também falou ao LeiaJá representando o Comitê, as passeatas em defesa do povo palestino servem como um chamado ao povo para compreender o que está acontecendo na região. “O comitê surgiu para espraiar a luta nas organizações políticas, sindicais, populares, estudantis, teve que vir coordenando todos os atos que vêm ocorrendo desde então. Então, o centro é nosso direito de resistir frente a esse genocídio, esse holocausto, que ocorre na Faixa de Gaza, agora com essa proposta de solução final”, explicou Otoni. 

Abaixo-assinado contra acordos entre Brasil e Israel 

Para além do ato, o Comitê busca ainda começar a formação de um abaixo-assinado pedindo a ruptura das relações entre Brasil e Israel. Após a fala do presidente Lula (PT) sobre os atos de Israel, o primeiro-ministro, Benajmin Netanyahu, o considerou persona non grata. O termo representa uma quebra de decoro diplomático entre chefes de Estado.  

“Porque o Brasil é o quinto maior mercado consumidor de Israel, e é principalmente armas e tecnologia militar. Então a gente acha que, com essa declaração, depois agora do Lula ser declarado persona non grata, depois do constrangimento do embaixador, a gente acha necessário agora dar um passo para defender o povo palestino, que é romper com Israel, romper com Netanyahu”, defendeu Bruno Otoni. 

Parlamentar em defesa da Palestina 

Presente na manifestação, o deputado estadual João Paulo (PE), representou seu partido político no ato. Sua presença também se deu para prestar solidariedade ao povo palestino e na defesa da criação do Estado palestino. “É a nossa luta e resistência contra o genocídio praticado lá. Também nossa solidariedade ao nosso presidente Lula, o único político no mundo que, a partir do seu pronunciamento, mudou a geopolítica e possibilitou mais de 160 países declararem posição contra o genocídio. Então, nossa solidariedade ao povo palestino, a mais de 30 mil mortos, mais de 12 mil crianças. Nós não podemos assistir sem prestar esse gesto de solidariedade, mas acima de tudo de luta pela humanidade”, declarou o parlamentar. 

Perguntado sobre o abaixo-assinado promovido pelo movimento, o deputado afirmou que vai aguardar posicionamento do governo federal, ou até do diretório nacional do partido. No entanto, ele defendeu que as relações comerciais não deveriam sofrer alterações. “O que temos não é (um movimento) contra o povo de Israel, não é isso. Mas é contra a política do governo executada por Israel. Eu acho que a questão de abalar as relações comerciais, é coisa que não deveria ser alterada, porque a relação é entre empresas, é de comércio entre governos. Agora, pela forma agressiva como primeiro-ministro fez com relação ao Governo Nacional vai caber ao Governo Nacional se posicionar”, pontuou.