Bebê prematura viaja 8h em incubadora improvisada
Unidade de saúde de sua cidade não tinha equipamentos necessários e um improviso salvou a vida da menina

Uma bebê de apenas 1kg, que nasceu com seis meses, precisou viajar oito horas em uma incubadora improvisada, com uma espécie de bacia de plástico para guardar bolos. O destino da vigem era Teresina, a 600km de seu local natal, Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí.
Ao G1, a mãe contou que as dificuldades começaram antes mesmo da menina nascer. Flávia de Sousa Lira, de 23 anos, é vítima de violência doméstica pelo pai da bebê. A gestação, desde o início, foi considerada de risco.
Estava indo tudo bem, quando a jovem sentiu uma dor intensa e recebeu ajuda de seu filho de seis anos, que chamou ajuda.
"Ele pegou meu celular e pela foto de perfil reconheceu minha mãe e ligou pra ela. Mas não deu tempo, quando deu 19h eu tive a Elisa, em pé mesmo, e nesse momento uma vizinha entrou na minha casa e me ajudou a segurar a neném", contou Flávia ao G1.
Com a chegada da equipe a mãe e a bebê foram levadas para a unidade hospitalar da cidade, onde os profissionais reconheceram não ter os equipamentos necessários de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e disseram que a bebê precisaria ser transferida o Hospital Regional Tibério Nunes, na cidade de Floriano a 343 km de distância. em uma viagem de mais ou menos 4 horas.
Mas não havia vaga da maternidade em Floriano e a família precisou ir até Teresina.
Incubadora improvisada
Foi encontrada a vaga para a menina Elisa na Maternidade Wall Ferraz (Ciamca), em Teresina, só que devido às oito horas de viagem, tiveram que preparar a bebê para que nenhuma complicação ocorresse.
Para isso, foi improvisado uma incubadora em um recipiente de guardar bolo. Foram feitos alguns furos para a saída de ar e entrada de um tubo de oxigênio. Além disso, a menina foi enrolada em um papel alumínio e com alguns cobertores para manter a temperatura.
Milagre
Elisa reage muito bem aos cuidados médicos e tem evoluções que surpreendem a própria equipe médica, que a consideram um "milagre".