Alexandre Machafer protagoniza nos cinemas a história de São Jorge
Ator falou com exclusividade ao LeiaJá sobre o filme Jorge da Capadócia
abril 12, 2024 - 2:16 pm

Alexandre Machafer estrela o filme Jorge da Capadócia. Foto: Divulgação
No próximo dia 18, Alexandre Machafer poderá ser visto nos cinemas estrelando o filme Jorge da Capadócia. Narrando a história de São Jorge, um dos santos mais populares do Brasil, o ator chega às telonas também como produtor e diretor. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Alexandre Machafer falou um pouco da concepção e dos desafios que marcaram os rumos do longa-metragem.
1 – Alexandre, como surgiu a ideia de comandar o projeto?
A ideia surgiu há 16 anos. Eu já era devoto, minha avó era devota, minha mãe é devota. E eu, assim que comecei a estudar artes cênicas, eu sempre fui muito inquieto com o desejo de produção, de querer ser independente e produzir, não ficar realmente esperando ou batendo na porta de emissora. Eu realmente sempre tive esse desejo de realização.
E, como eu era muito devoto a São Jorge, eu queria fazer um filme sobre ele. Nunca ninguém contou essa história, então, nós, brasileiros, seremos os primeiros a contar. A ideia vem desse lugar da minha devoção mesmo, e quando eu virei diretor, então eu acabei juntando tudo pra realizar esse desejo.
2 – Quais foram os desafios que marcaram a trajetória do filme Jorge da Capadócia?
Os desafios foram muitos. A gente entendeu que vamos contar uma história sobre São Jorge, olhar a trajetória dele, olhar a vida dele, olhar o martírio dele. Então é natural que a gente enfrente muitos problemas, muitas adversidades, mas a gente sempre esteve unido, a equipe inteira, muito concisa ali, muito firme com o pé no chão, mas vamos enfrentar e nós vamos conseguir. Com realmente todos os problemas que vinham, eu pensava em resolver os de imediato, o que estava ali na minha frente, e sempre resolvendo uma coisa de cada vez.
A gente teve um orçamento muito baixo. Então eu tive que contar com a ajuda dos profissionais que estavam envolvidos, que acreditaram no processo. Então, quando você não tem muito dinheiro para investir, realmente fica complicado. A gente teve que, às vezes, apertar o enquadramento, porque a gente não tinha figurante. As armaduras eram caras, mas a Vera Queiroz fez um trabalho incrível.
Eu, como diretor, também tive que optar por planos ou locações, que eu tinha que desistir, porque não dava para filmar, porque ia ficar caro. Mas conseguimos dar a volta por cima e ficou incrível.
3 – Você abraçou o combo atuar, produzir e dirigir. Como é estar à frente do filme?
Senti no decorrer do processo que era uma missão minha mesmo. Porque antes eu só queria produzir e dirigir. E aí eu tentei vários atores, conversei com vários atores talentosos, vários atores incríveis, todo mundo com seus projetos. E eu fui entendendo que eu tinha que fechar.
Chegou o momento da decisão, diante do professor Carlos Alberto Serpa, que é o presidente da Fundação César Cesgranrio, onde eu trabalho, e que é a produtora responsável pelo filme, e que fez o investimento. Ele falou: ‘quem vai fazer?’ Eu falei: ‘eu’. Eu decidi ali naquele momento, ele aprovou. E eu entendi agora, cinco anos trabalhando no projeto, que eu tinha que realizar dessa forma.
4 – Qual o tipo de dragão que você eliminaria em uma batalha?
Eu acho que o principal dragão que eu eliminaria seria o meu interior. O que está na minha mente, o que está dentro de mim. Esse é o primeiro dragão que a gente tem que se preocupar e lutar diariamente. O problema é que a gente mata, mas ele está sempre ali. Porque é todo dia que a gente tem que levantar e ter força de vontade, determinação, resiliência, pra gente continuar vivendo, fazendo as coisas que a gente acredita. Então, eu acho que a primeira luta, a minha primeira batalha com o meu dragão, é o dragão interior.
5 – A arte passou por maus bocados durante a pandemia da Covid-19. O cenário cultural foi bastante posto à prova. O que você tira desses momentos sombrios que pairaram o dia a dia dos artistas?
O filme vem retratar isso também, porque a gente vem de uma pós-pandemia. A pandemia abalou completamente o setor cultural, além de vários outros setores, é óbvio, mas os artistas ficaram muito desprotegidos, ficaram num lugar muito difícil mesmo.
Jorge da Capadócia um filme que a gente não direciona para lugar nenhum, e sim para o ser humano que acredita em alguma coisa, e que precisa acreditar para a gente continuar a nossa batalha.
6 – Qual o recado que você deixa para os ‘Alexandres’ que sonham em seguir os caminhos do audiovisual?
A minha mensagem é que nunca desistam dos seus sonhos. Se eu tivesse desistido no meu primeiro não, eu realmente não estaria aqui. E olha que eu tomei nãos à beça. Foram muitos nãos. Mas esses nãos me fortaleceram de uma tal forma que hoje eu sou grato por essas pessoas que não acreditaram em mim, essas pessoas que viraram a cara… E eu falo isso com um coração muito limpo, muito aberto, muito em paz, porque realmente me motivou.
Então, para quem quer entrar no mundo do cinema, do audiovisual, acredite, tenha a sua fé na sua arte, tenha ali os seus ideais bem protegidos, não deixe ninguém te ferir 100%. Pega sempre o que é bom, crítica construtiva é sempre importante na nossa formação como profissional, seja ele qual for, principalmente como artista, que é o que a gente está falando, mas nunca desista, nunca desista. Caiu, levanta mil vezes se for necessário.