Confira resumos de 10 obras literárias importantes para o Enem 2024
O LeiaJá lista 10 livros com respectivos resumos das narrativas retratadas em cada história literária brasileira
outubro 22, 2024 - 5:35 pm

Foto: Freepik
Os estudantes realizam no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 90 questões, sendo distribuídas 45 para Linguagens e suas Tecnologias e 45 Humanas e suas Tecnologias. A área de linguagens abarca muitas disciplinas, entre quais, a literatura, que além dos conteúdos cobrados na prova, obras literárias brasileiras também estão presentes na avaliação.
No Enem, não há exigência de leituras obrigatórias na matriz de referência, mas é importância que os vestibulando tenham o conhecimento das obras que são mais cobradas na prova. Pensando em ajudar na preparação de quem vai prestar o exame, o LeiaJá em parceria com o projeto educacional parceiro Vai Cair no Enem, separou uma lista de 10 livros com respectivos resumos das narrativas retratadas em cada história literária brasileira. Confira abaixo a listagem:
Confira as obras literárias:
1) “O Cortiço” – Aluísio Azevedo (1890)
“O Cortiço” é um clássico do Naturalismo brasileiro que retrata a vida em uma habitação coletiva do Rio de Janeiro no final do século XIX. O autor descreve a influência do ambiente e da condição social sobre os personagens, como João Romão, o dono do cortiço, e Bertoleza, uma escrava que o ajuda em sua ascensão social. A obra aborda temas como as desigualdades sociais, a exploração e as tensões raciais, e sugere que os instintos e o meio determinam o comportamento humano.
2) “Iracema” – José de Alencar (1865)
No romance indianista, “Iracema” é ambientado no Brasil colonial, que conta a história de um amor entre uma índia tabajara, e Martim, um colonizador europeu. Iracema é a virgem dos lábios de mel, que representa a pureza e o sacrifício e sua união com Martim simboliza o encontro entre os povos indígenas e os colonizadores, e o filho deles, Moacir, é uma alegoria da formação do povo brasileiro. A obra celebra a natureza e a cultura indígena, ao mesmo tempo em que reflete a visão romântica da colonização.
3) “Memórias Póstumas de Brás Cubas” – Machado de Assis (1881)
Machado de Assis escreve “Memórias Póstumas de Brás Cubas” sendo um marco do Realismo brasileiro e inova pela narração pós-morte do protagonista, Brás Cubas, que conta sua vida baseada nos moralismos. O narrador reflete sobre suas frustrações, amores e ociosidade, com um características irônicas e cínicas. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” questiona as convenções sociais e faz uma crítica a elite brasileira, ao individualismo e a vaidade humana.
4) “Vidas Secas” – Graciliano Ramos (1938)
O romance regionalista, que retrata a miséria e a vida árdua de uma família de retirantes nordestinos em sua luta contra a seca e a pobreza, se contextualiza na história de Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória, seus dois filhos e a cadela Baleia são os personagens centrais, simbolizando a dureza do sertão e a falta de perspectivas. “Vida Secas” é marcado por uma linguagem direta e objetiva, espelhando a dureza da vida dos personagens, com uma crítica social à desigualdade e à exploração no campo brasileiro, em decorrência do êxodo rural.
5) “A Moreninha” – Joaquim Manuel de Macedo (1844)
O livro “A Moreninha” é considerado o primeiro romance do Romantismo brasileiro. A história conta a narrativa de Augusto, um estudante de medicina que, durante uma viagem com amigos, conhece Carolina, a moreninha. Eles se apaixonam, mas Augusto é atormentado por uma promessa que fez a uma outra jovem no passado. Em um tom leve e romântico, a obra retrata a sociedade carioca do século XIX e aborda temas como o amor idealizado e o destino.
6) “Capitães da Areia” – Jorge Amado (1937)
Na literatura brasileira, “Capitães da Areia” narra a vida de um grupo de meninos de rua em Salvador, conhecidos como “Capitães da Areia”. Liderados por Pedro Bala [protagonista], os jovens vivem de furtos e pequenas trapaças, enfrentando a pobreza, a marginalização e a repressão. A crítica principal pauta à desigualdade social e às condições de vida dos menores abandonados no Brasil. Jorge Amado em sua narrativa humaniza os personagens, mostrando suas aspirações e sofrimentos, denunciando a falta de amparo social.
7) “Auto da Compadecida” – Ariano Suassuna (1955)
A famosa peça de teatro, “Auto da Compadecida”, escrita pelo dramaturgo Ariano Suassuna, mistura elementos da literatura de cordel e do barroco religioso com o humor popular. A história gira em torno das peripécias de João Grilo e Chicó, dois nordestinos pobres e espertos, que enfrentam diversos desafios, resultando em um julgamento no céu, onde a Compadecida (Nossa Senhora) intercede por eles. Os temas retratados na obra é a justiça, fé, esperteza e opressão, sempre com um tom cômico e crítico à sociedade.
8) “Macunaíma” – Mário de Andrade (1928)
“Macunaíma” é um dos grandes romances modernistas brasileiros, que mistura mitologia, folclore e crítica social. O protagonista, Macunaíma, é um herói sem caráter que passa por várias aventuras em busca de um amuleto roubado. A narrativa é fragmentada e apresenta uma grande diversidade de estilos e referências culturais. O romance reflete a busca por uma identidade nacional e critica a tentativa de importar valores europeus para o Brasil.
9) “O Primo Basílio” – Eça de Queirós (1878)
“O Primo Basílio” é um romance realista que narra a história de Luísa, uma mulher da burguesia de Lisboa, que se envolve em um caso amoroso com seu primo Basílio enquanto seu marido, Jorge, está ausente. A trama expõe a hipocrisia e a superficialidade da alta sociedade de Lisboa, criticando o adultério, a moral burguesa e a repressão sexual. A criada Juliana, que descobre o caso e chantageia Luísa, também é uma das personagens mais fortes da obra de Eça de Queirós.
10) “A Hora da Estrela” – Clarice Lispector (1977)
O último romance de Clarice Lisector, “A Hora da Estrela” narra a história de Macabéa, uma jovem nordestina simples e ingênua que vive no Rio de Janeiro. Sua vida é marcada pela alienação, pobreza e falta de afeto. O narrador fictício criado pela escritora, Rodrigo S.M., faz reflexões sobre o processo de escrever a história de Macabéa, misturando-se à trama e questionando o sentido da existência. A obra explora temas como a identidade, a marginalização e a busca por sentido na vida.
Conhecimento da literatura brasileira no Enem
A professora de linguagens e redação, Cecília Diniz explica a importância de ter o conehcimento das obras literárias para o Enem. “Essas 10 obras são fundamentais não só para o Enem, mas para uma construção da história da literatura aqui no Brasil. Elas vão trazer diferentes perspectivas de Brasil e vão fazer com que o seu leitor se situe mais nos acontecimentos históricos e culturais”, conta.
Na abordagem para o Enem, a docente ainda ressalta que o estudante deve se habituar com a leitura literária em decorrência da cobrança dos assuntos de literatura, a exemplo de 2017 e 2022.
“Algumas habilidades de literatura e arte caíram nessas edições. Então, ler livros literários é uma forma de ter contato com a linguagem literária. Outro ponto da letra dos livros, para além da execução de uma questão, é porque o estudante expande o repertório sociocultural. Querendo ou não, traz uma melhor referência dos argumentos na escrita e argumentação da redação, por exemplo, que vai além das questões e da ideia da historiografia, mas é fundamental se aproximar da leitura literária”, finaliza Cecília Diniz.