Salão infantil e inclusivo oferta atendimento humanizado no Recife
O estabelecimento funcional na área central da capital pernambucana
junho 23, 2024 - 6:09 pm

Foto: Elaine Guimarães/LeiaJá
Com quatro meses de funcionamento, o Salão Recreio, localizado na área central do Recife, oferta atendimento humanizado para crianças típicas e atipícas e para aquelas que têm medo de cortar o cabelo. Em entrevista ao LeiaJá, um dos proprietários do espaço, Manoel José Henrique Neto, explicou como surgiu a ideia do negócio.
“Eu tenho uma filha atípica. Então, no final do ano passado, conversando com a minha esposa, a gente teve a ideia de criar o [salão] Recreio. Percebi que o atendimento oferecido em salões tradicionais não era o que eu queria para a minha filha. Minha motivação maior foi modificar isso”, ressalta.
Segundo Neto, a maior parte dos salões tradicionais usa a conteção de segurança [em que se limita a movimentação da criança] para a realização do serviço. “Isso é uma coisa que não deveria ter no atendimento de uma criança atípica”, reforça.
Funcionamento do Local
O Salão Recreio atende de terça-feira a sábado, das 9h até às 18h, através de agendamento prévio realizado pelo WhatsApp. O corte de cabelo custa R$ 70. À repotagem, o dono do espaço salienta que o serviço vai além do corte de cabelo. “É necessário entender a criança, respeitar o tempo dela. Se focar só no corte de cabelo, vai dar errado”.
Ao LeiaJá, Neto pontua que a criança é atendida no horário marcado, sem a necessidade de espera. Além disso, antes da chegada das famílias no estabelecimento, ele realiza um levantamento para entender e, assim, adaptar o atendemento de acordo com a necessidade do cliente.
“A gente faz algumas perguntas antes para entender a criança e a necessidade dela. Também pedimos para que as família cheguem 15 minutos antes do horário agendado, sem nenhum custo adicional, para que haja a familiarização e, em seguida, iniciar o corte. Quando se trata de uma criança atípica e com dificuldade de cortar o cabelo, a gente direciona a família a marcar dois horários juntos para a gente aumentar de 45 [minutos] para uma hora e meia de atendimento”, ressalta.

No salão, as crianças não precisam ficar sentadas para a realização do serviço. Por isso, nem sempre o instrumento utilizado é a tesoura. Para aquelas que têm sensibilidade ao som produzido pela máquina, a equipe do espaço conta com mecanismos para diminuir o incômodo. “Mostramos que a máquina não vai machucar, algumas vezes, colocamos ela escondida atrás de algum brinquedo, usamos a televisão ou o recurso da premiação, em que, todas as vezes que passamos a máquina, alguém da família dá algo que ele gosta”.


“Antes, ele ficava preso, chorava muito e gritava”
Flávia Silva é mãe de Benjamin, de 3 anos. Esta é a segunda vez que o filho corta o cabelo no Salão Recreio. “No começo, foi muito choro. Ele não aceitava [cortar o cabelo] de jeito nenhum com a máquina. Mas, sempe respeitaram o momento dele. Ele não ficou preso em momento nenhum, foi super tranquilo”, disse a reportagem.

Segundo Flávia, antes do espaço inclusivo, Ben tinha crises após o atendimento. Antes, ele ficava preso, chorava muito e gritava. Quando chegava em casa, ele entrava em crise e não conseguia fazer nada no dia [que cortava o cabelo] . Já aqui, a gente pode passear porque ele fica tranquilo”, conta.
E complementa: “Nos salões tradicionais, eu tinha receio dele não deixar cortar, o lugar não tinha espaço suficiente para ele se movimentar e não tinha uma pessoa para ficar atrás dele o tempo todo, porque ele não consegue ficar muito tempo parado. Aqui é diferente!” ressalta.
Confira o vídeo: