Universidades federais em PE precisam de R$ 437 mi para fechar 2024, mas descartam paralisação

Os valores levam em consideração a Lei Orçamentária Anual (LOA)

Universidades federais em PE precisam de R$ 437 mi para fechar 2024, mas descartam paralisação

Reitores das Universidades de Pernambuco. Foto: LeiaJá

Nesta sexta-feira (3), reitores das universidades federais em Pernambuco detalharam a situação orçamentária. Os dados apresentados mostram que para não fechar o ano de 2024 com déficit, as instituições precisam de R$ 437 milhões. 

Os valores levam em consideração a Lei Orçamentária Anual (LOA), em comparação com os investimentos de 2014. Segundo o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, houve, em 2024, uma diminuição de cerca de R$ 128 milhões no orçamento. 

“A gente precisa, em Pernambuco, de uma recomposição de R$ 437 milhões (…) Isso seria o bastante para que terminássemos o ano [2024] bem e possibilitasse melhorias no nosso ensino e estrutura. Sofrem cortes desde 2014 e isso se acentuou a partir de 2016”, frisou Alfredo Gomes.

Ainda segundo ele, no Estado as universidades mais impactadas por essa perda orçamentária são, respectivamente, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

Dentre as instituições públicas citadas, a Univasf apresenta o cenário mais alarmante. Segundo o reitor Télio Nobre, a universidade não recebeu recursos da LOA para a assistência estudantil em 2024.

Mesmo com orçamento reduzido, reitores descartam fechar universidades

Para que as universidades, de acordo com os representantes, possam chegar ao final de 2024 com saldo positivo seria necessário R$ 60 milhões para a UFPE, R$ 13 mi para a UFRPE, R$ 20 mi para a Univasf e R$ 13 mi para a Ufape. “Isso faria com quer a gente pudesse fechar o ano sem investimentos, mas tranquilos”, ressaltou Airon Aparecido, reitor da Ufape.

Mesmo com o orçamento reduzido, os reitores descartam fechar as universidades. “Quando a gente fala que a situação é grave, não significa que vamos entregar as chaves [fechar] ou coisa assim. Significa que vamos ficar precarizados. No momento, estamos funcionando com um terço do orçamento que deveríamos ter”, observa Marcelo Carneiro Leão, reitor da UFRPE.

Negociação com o Governo Federal

Apesar de todos os dados expostos, os reitores acreditam que a recomposição orçamentária aconteça. No momento, eles aguardam um posicionamento do Ministério da Educação (MEC) e Casa Civil, que já foram notificados sobre a demanda.

Sobre o assunto, Marcelo Carneiro Leão salienta a necessidade do redirecionamento de uma parcela do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação. “É uma pauta necessária que a gente pede, com a oferta de, por exemplo, 5% a 10% do PIB como investimento anual para a Educação, para o desenvolvimento da nossa sociedade”.