Mulheres indígenas resgatam ancestralidade por meio do artesanato no Recife

O negócio é fonte de renda para diversas comunidades.

Mulheres indígenas resgatam ancestralidade por meio do artesanato no Recife

Artesanato é a base da produção do Moingobé. (Foto: Cortesia)

O empreendedorismo indígena, mais do que uma fonte de renda, é uma afirmação de identidade, cultura e resistência. No coração dessa jornada estão iniciativas como o coletivo Moingobé, formado por mulheres indígenas que são verdadeiras guardiãs dos saberes ancestrais de suas etnias. Essas mulheres têm desempenhado um papel crucial ao trazer para o palco global a riqueza e a diversidade das culturas indígenas brasileiras. Em entrevista, a idealizadora Ester Moingobe falou um pouco sobre a origem da ideia e a iniciativa de começar tudo.

Empreendimento social

“Nos unimos com o desejo de fomentar e difundir nossas técnicas manuais, gerando renda, autonomia e reafirmando a nossa existência enquanto mulheres originárias do Brasil, divulgando nossos artesanatos através do Instagram e em feiras comunitárias, garantindo maior visibilidade para nossas artes e nossas culturas, que se renovam e resistem ao longo do tempo”, detalha.

O coletivo serve como um modelo de empreendimento social e sustentável, enfatizando a importância da preservação ambiental e da responsabilidade social. Ao abraçar práticas que respeitam o meio ambiente e reforçam a coesão comunitária, lideram pelo exemplo, ao passo que mostre como é possível aliar desenvolvimento econômico a valores éticos e sustentáveis.

A produção artesanal, feita por mulheres indígenas de diversos territórios do Brasil, possui inúmeras raízes culturais históricas. “Atualmente, constitui uma importante fonte de renda para as comunidades. Diariamente, produzimos colares, gargantilhas, brincos, pulseiras e bolsas, entre outros confeccionados com sementes, miçangas e fibras naturais”.

Visibilidade através do artesanato indígena

A invisibilização dos povos originários no Brasil é um problema que perpetua desigualdades e reforça estereótipos negativos. Historicamente marginalizados e frequentemente excluídos dos discursos nacionais sobre desenvolvimento e progresso, essas comunidades lutam não apenas pela sobrevivência física, mas também pela preservação de suas culturas e identidades.

“Consolidamos o nosso trabalho nas práticas e conceitos de empreendimento social e sustentável, com o foco na preservação ambiental, gerando responsabilidade social e exemplos de respeito e solidariedade pela luta dos povos originários, oriundos de todas as partes do Brasil”, conclui Ester Moingobe.

Negócios como o Moingobé são essenciais mostrar a cultura indígena, seus talentos e suas artes.

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