Apenas 34% das empresas brasileiras possuem inciativas sobre Direitos Humanos, diz KPMG
Pesquisa contou com respostas de 50 empresas de diferentes setores
março 7, 2024 - 5:52 pm

Segundo dados, 70% das firmas brasileiras possuem políticas e diretrizes específicas sobre Direitos Humanos. Foto: Freepik
A KPMG, empresa de serviços em auditoria, impostos e consultoria, realizou uma pesquisa com 50 empresas brasileiras sobre as ações de Direitos Humanos. A amostra “Direitos Humanos nos negócios: impactos e desafios” conta com empresas de diferentes setores e portes. Segundo dados, 70% das firmas brasileiras possuem políticas e diretrizes específicas sobre Direitos Humanos.
Porém, a porcentagem da comunicação clara sobre estas políticas não é tão alta. De acordo com os entrevistados, nem metade (48%) da empresas possuem informações sobre as diretrizes específicas e políticas para o público geral. Já o investimento para apoiar as iniciativas e projetos sobre Direitos Humanos no ambiente corporativo é de 34%.
Quando o tema é levantado, o foco vai para o combate à discriminação no ambiente de trabalho e nas relações com clientes e fornecedores (94%). Logo em seguida aparece saúde e segurança com 92%, assédio no ambiente de trabalho com 89% e acesso a mecanismos de denúncia com 86%.
Ao todo, 56% das empresas possuem um código de conduta para fornecedores com abordagem de “respeito às condições dignas de trabalho e a eliminação do trabalho forçado e análogo à escravidão”. Mais da metade (56%) afirmam, também, que há treinamentos sobre Direitos Humanos para empregados contratados ou terceirizados, que tenham contato com clientes e/ou comunidades.
Porém, 38% delas não possuem de nenhum tipo de capacitação nestes treinamentos, o que pode ser preocupante para área. No questionário do KPMG, apenas 26% das empresas declaram que possuem metas relacionadas aos compromissos com Direitos Humanos, um número abaixo do esperado.
Iniciativas em prática no mundo corporativo
Em ações sobre os Princípios Guia da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos nos Negócios ou com as diretrizes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) para uma conduta empresarial responsável, 46% das firmas afirmam ter.
Já um terço (30%) das empresas ainda não têm conhecimento sobre a questão. Outros 30% afirmam ter compromissos públicos relacionados aos Direitos Humanos, como a adesão ao Pacto Global das Nações Unidas. No tema de relatório anual de sustentabilidade, 62% das empresas declaram realizar. Enquanto 22% fazem análise de impacto de Direitos Humanos nas suas atividades.
“É imprescindível aprimorarmos nossa percepção em relação aos aspectos fundamentais das práticas exemplares, empenhando-nos ao máximo para concretizá-las efetivamente em nossos negócios. Sem compromissos firmes e execução efetiva, muitas organizações estarão fadadas à irrelevância e, a longo prazo, podem deixar de existir”, declara André Winter, sócio-diretor de ESG da KPMG no Brasil.
A existência de canais de denúncia é forte na maioria dos entrevistados, em 92%, e com um foco na garantia de anonimato, em 87% deles. Contudo, o índice de corporações com procedimentos formais de respostas e remediação a denúncias, incidentes de irregularidade ou violação de Direitos Humanos é de apenas 72%.
“A contribuição da pesquisa também está em apresentar um retrato dos Direitos Humanos nos negócios no atual cenário brasileiro. Além de estatísticas, são apresentados insights relevantes sobre políticas e diretrizes, cultura, metas, alocação de recursos para o desenvolvimento de boas práticas, mecanismos de alinhamento, governança, transparência e controle”, finaliza Tamara Oliveira, sócia-diretora de Forense e Litígios da KPMG no Brasil.
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