Recifense, policial nos EUA investe em bregafunk e ‘bairrismo’ para exaltar a profissão

A policial Panmela Rodrigues compartilha o seu dia a dia profissional e dá dicas sobre como ingressar na carreira nos Estados Unidos

Recifense, policial nos EUA investe em bregafunk e ‘bairrismo’ para exaltar a profissão

Antes de ser policial, Panmela trabalhou no exército americano. (Foto: Arquivo pessoal)

Nem melhor, nem pior, diferenciada. Com a licença poética para usar o bordão do cantor de bregafunk Anderson Neiff, é com essa frase que pode ser definida a policial Panmela Rodrigues, de 37 anos. Nos Estados Unidos, a mulher tem ganhado bastante notoriedade nas redes sociais pelo seu jeito irreverente de unir as culturas americana e recifense no seu dia a dia no Texas.

Com mais de 130 mil seguidores no Instagram, a também bacharel em direito conquistou notoriedade por fazer vídeos na viatura da polícia, ouvindo músicas pernambucanas, geralmente brega romântico ou bregafunk. A policial conta que iniciou sua vida dos Estados Unidos sem perspectiva.

“Vim morar aqui em 2016, sem inglês, nenhuma perspectiva de trabalho ou o que faria da vida, com 200 dólares [risos]. Vim pq casei, consegui o green card, fui aprendendo inglês na marra, tive diversos empregos em restaurantes, mercados, até estátua da liberdade em semáforo, etc.”, conta à reportagem do LeiaJá.

O início de uma carreira

Sua paixão pela segurança pública americana começou antes mesmo da polícia. “Comecei a pesquisar sobre as forças armadas e vi que eles aceitavam estrangeiros, inclusive o meu bacharelado. Sempre tive na cabeça que queria ser policial e o exército me fez acelerar o processo da cidadania americana, o que é necessário para tentar o processo da polícia aqui”, relata.

Panmela Rodrigues no exército americano (Foto: Arquivo pessoal)

A saída do exército estadunidense veio após alguns anos, por problemas de saúde no joelho e uma hérnia de disco devido aos esforços físicos diários repetitivos. Após realizar os tratamentos, decidiu ir em busca do seu sonho e tentar uma vaga na polícia americana.

“Tentei a primeira vez, e não passei no teste físico. Na segunda vez, não passei na entrevista oral. Na terceira, passei em tudo, fui para academia de polícia. Dentre nossa turma, eu tirei a nota mais alta no teste estadual que fazemos para obter a licença de policial e, assim, iniciei a carreira. Já adianto, não é nada fácil!”, diz.

Redes sociais

Nas redes sociais, Panmela Rodrigues mostra o seu dia a dia nos stories. Na viatura, o bregafunk não pode faltar. “Minha relação com o bregafunk começou desde a adolescência, ainda no Recife, com MC Leozinho, Sheldon e Boco, e etc. Eu escuto e me desestressa porque esse trabalho não é fácil. Às vezes, eu ouço antes de ir para alguma ocorrência para me dar estímulo”, diz Panmela.

Além disso, Panmela usa a vitrine que é seu Instagram para falar em prol do movimento bregafunk. “Eu falo muito com os menino do movimento que eu gosto de divulgar para ajudar. E, assim, diminuir o preconceito que se tem contra eles. Um exemplo é Anitta, que começou e não era nada e olha hoje em dia até onde ela levou o funk. Então, eu espero que o bregafunk alcance ainda mais lugares porque, se a gente não valorizar, quem é que vai?”, questiona.

Ademais, não apenas as músicas fazem parte da estética recifense que compõem o perfil de Panmela. A camisa da Rede Estadual de Ensino e os óculos juliet ganham destaque.

Ajudando outros sonhadores

Além de divulgar o bregafunk, as redes sociais de Panmela também servem para ajudar outros sonhadores que querem ser policiais ou entrar para o exército dos Estados Unidos. “Tento ajudar as pessoas ao máximo com relação a informações e onde encontrar os caminhos certos para conseguir realizar o mesmo que fiz, principalmente porque tive muita dificuldade em achar explicações ou pessoas disponíveis a ajudar”, ressalta a policial.

Ela revela que em sua conta no Instagram e em seu canal no YouTube há bastante conteúdo que pode ajudar as pessoas interessadas em ingressar na segurança pública dos Estados Unidos. “Até PowerPoint deixei lá pra galera”, diz. Além disso, quem tiver interesse também pode tirar dúvidas diretamente com Panmela. “É muito bom ver outros brasileiros comprometidos alcançando seus objetivos e saber que foi possível ajudar de alguma forma”, conta.